domingo, 24 de maio de 2015

A escola rousseauniana

A escola rousseauniana, entre outros maus legados que deixou, explicou à humanidade que o homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe. Dessa forma, quando um bandido age, por exemplo, e mata um cidadão de bem, a culpa, grosso modo, não é dele apenas, mas de toda uma cultura que o transformou num delinquente. Assim, esses crápulas têm em mãos o motivo que lhes faltava para continuar a cometer atrocidades e serem reincidentes: a ausência de culpa, a priori. Além de contar, ainda, com o apoio dos ditos defensores dos direitos humanos. Uma piada!

A princípio, minha argumentação pode parecer liberal, conservadora, direitista (o que encaro com indiferença), como queiram rotular os pseudo-intelectuais. Contudo, não penso ser a solução exterminar os maus-caracteres do mundo – o que, de certa forma, não seria tão ruim assim, mas esforço-me para tratar o assunto com impessoalidade –, pois isso não contribuiria muito com as mazelas que nos contaminam. Tampouco penso que seja salutar misturar bandidos de maior e menor idade. Assim, também, não vejo ser, de certa forma, saudável a redução da maioridade penal, de 18 para 16 anos – assunto em voga no país. – Sei que os motivos que me levam a possuir tal posição não são os mesmos que levam a tê-la qualquer dito cujo dessa esquerda asquerosa moderna. Sou, de algum modo, contra a redução da maioridade penal, mas totalmente a favor ao fim da anistia, o que resulta na soltura do menor quando este completa 18 anos. Ele deve, sim, continuar a cumprir pena, e mais que isso, deveria trabalhar para sustentar seu ser enquanto preso, o que, consequentemente, poderia ajudar a educá-lo – se é que é possível! (É claro que, à medida que vejo tal gentalha esquerdista do mundo moderno defender algo, dói na alma ir à mesma mão.)

“O homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe.” Quem forma uma sociedade senão um coletivo de homens? Isto é, o homem nasce bom, mas quando se junta a outros homens, todos hão de se corromper? Ou por outra: o próprio homem, bom, corrompe seu semelhante? Então a assertiva incorre em contradição! Logo, não era Rousseau quem estava certo, mas Hobbes, ao dizer o oposto.

Talvez Rousseau, ao dizer suas bobagens, as quais penetraram na cabeça dos fracos, tentava se livrar da culpa de ter abandonado todos os seus filhos em um orfanato... Mas afinal a culpa não era dele! Ele os abandonou para arrumar tempo de escrever seus proselitismos em nome de um bem maior. O que talvez ele não tenha percebido é que não há bem maior sem as pequenas bondades do cotidiano – como cuidar e educar pessoalmente seus filhos –, as quais, juntas, sim, são capazes de formar um bem maior. Apesar do clichê, não deixa de ser cabível. Ele teria feito um bem maior à humanidade caso tivesse ficado calado.

Rousseau era aquele cara, segundo afirma Burke, que amava a humanidade e detestava seu semelhante. Rousseau praticava o que Burke chamava de teorias de gabinete. Ou seja, ficava em seu escritório pensando que entendia como é o homem, qual é o problema dele, como resolver tais problemas e como o mundo deve ser. Como se o ser humano fosse um robô ou facilmente compreensível.

Segundo o pensamento do teórico francês, quanto mais pobre ou mais incapaz for um homem, menos corrompido ele será. Isto é, quanto mais o ser humano se dilua num grupo, melhor será sua natureza originariamente boa. Assim, durante os séculos, surgiu a ideia de que quanto mais se pensa no coletivo, quanto mais de esquerda uma pessoa for, melhor ela é, mais bondosa ela é. Não obstante, a realidade nos mostra algo diferente, pois o homem não é esse ser maravilhoso por natureza. O homem é o que ele é, e pode ser capaz de muitas coisas.

Em Rei Lear, Shakespeare diz que era muito comum se culpar as esferas celestes, o Sol, os planetas, por todas as bobagens que todo mundo comete.

Culpar a sociedade por todas as chagas que afetam as pessoas é um movimento lógico e filosófico que retira do ser humano a culpa, a dor e o sofrimento de ser responsável por si mesmo, e aloca a responsabilidade no outro. Tudo isso é, ainda, um passo atrás inclusive da antropologia judaico-cristã, na qual existe uma contradição interior no ser humano, que é a noção de pecado, orgulho, poder etc. Na herança rousseauniana isso não existe, e a responsabilidade é, por exemplo, da classe social – como, posteriormente, disseram os marxistas –, da sociedade, do grupo etc., e o ser humano enquanto tal é só vítima. O resultado disso é transformar as pessoas em seres cada vez mais irresponsáveis e infantis.

Temos de ter claro, também, que uma coisa é falta de oportunidade por inúmeros motivos, outra é índole, inata em qualquer ser humano.

Diante de uma educação criminosa e demagógica, que vigora, sobretudo nos países latino-americanos, o suposto bandido não deixa de ser vítima da proposta e do oportunismo do Estado, mas isso evidentemente não lhe dá aval para cometer atrocidades. Portanto, jogar no mesmo saco bandido e vítima, chega a ser irrisório, mesmo que concordemos que todos, sem exceção, somos vítimas dos crimes que sofremos nas mãos desse Estado irresponsável e atroz que vige nosso país em troca de poder, única e exclusivamente.

terça-feira, 5 de maio de 2015

Os "professores" baderneiros do PR

Há alguns dias escrevi sobre a situação da greve dos “professores” baderneiros, no Paraná. Como era de se esperar fui massacrado. Vamos lá.

Primeiramente, a greve foi considerada ilegal pela justiça, por não haver objeto nem objetivo. Mas sabemos que o PT é mestre em desqualificar decisões judiciais, quando estas não convêm o partido, obviamente (vide o mensalão).

Em segundo lugar, para tentar se reerguer de uma crise irretornável e mudar o foco ininterrupto de sua corrupção incessante, o Partido dos Trabalhadores proliferou a ideia de que o governo do PR (PSDB) roubaria a contribuição dos servidores. É claro que é mentira. O que foi contribuído não se perde, a previdência está na lei. O que foi aprovado, legitimamente pela Assembleia Legislativa, foi uma mudança de administração previdenciária. Assim, 33.556 beneficiários com 73 anos ou mais deixarão de receber do Fundo Financeiro (bancado pelo governo) e passarão a receber pelo Fundo Previdenciário (composto por contribuição de servidores estaduais). Nesse modo, o governo do PR pretende economizar 1,5 bilhão em um ano, e em momento de crise (motivada unicamente por má gestão petista nos últimos anos), qualquer economia é bem aceita. Ainda, o PR é um dos Estados mais prejudicados pelo repasse do governo federal, pois é o 5º que mais gera recursos para a União, mas o 26º na hora de receber investimentos federais. Ainda assim, possui um dos maiores salários para professores do país. Nos últimos quatro anos, o governo o reajustou em 60%, ante uma inflação de 25%, sem contar a hora-atividade.

Retomo a questão da previdência.

No Estado de São Paulo é assim há muitos anos. Ser contra ou favor de autarquias administrando é outra história. Mas misturar aposentadorias com pensões é bandalheira. Assim era em SP e no PR. Em SP hoje existe, no Estado, o SPPREV, antigo IPESP – responsável hoje por pensões; e no município de São Paulo, o IPREM.

O Fundo para o qual os servidores paranaenses estão sendo transferidos é o maior Fundo capitalizado do país, e vai separar o que é aposentadoria do que é pensão, organização essa indispensável para uma boa transparência. O governo federal, por sua vez, nem fundo tem. O INSS é uma das maiores canalhices que existem, pois mistura tudo e para diversos fins: o dinheiro, por exemplo, que o celetista contribui vai para o servidor público.

Não existe greve trabalhista no PR, mas política. Veja, por exemplo, quem estava no palanque: a ex-ministra Gleisi Hoffmann (envolvida na Operação Lava Jato). Quanta moral!

E por outra: quem é o PT, ou quem nele votou, para vir falar de direitos trabalhistas? Tive de ouvir na última eleição, que o Aécio, caso eleito, reduziria direitos trabalhistas, e o que vem fazendo a inescrupulosa presidente com os direitos dos trabalhadores? Deveria ser impichada só pela farsa e estelionato eleitoral.

Em 2003, o então presidente Lula fez uma mudança previdenciária no país, a qual, esta sim, prejudicou os servidores públicos, que passaram a ter de trabalhar cinco anos a mais para se aposentar. A mulher que contribuía 25 anos, passou a contribuir 30 anos; e o homem que contribuía 30 anos, passou a ter de contribuir 35 anos. Mas o pior ainda foi o que a lei fez para quem estava para se aposentar, e não teve opção, isto é, o contrato antigo foi rasgado e o servidor em questão teve de passar ao novo contrato, obrigatoriamente. Que fique claro que todas as mudanças previdenciárias desse tipo ao redor do mundo, nesses casos, negociaram com o servidor, e jamais se rasgou qualquer contrato. Inclusive fez isso o próprio o ditador chileno Pinochet. Na mudança de Lula, ainda, o servidor público deixou de se aposentar com salário integral.

Para quem não sabe, esses “privilégios” que o servidor público tem (ou tinha, dependendo do mérito de hoje), como estabilidade, cinco anos a menos de contribuição etc., vêm de Castelo Branco. Quando, em 1965, foi criado o FGTS para trabalhadores no regime CLT, este fundo não atingia o funcionalismo público, pois o governo não tinha meios de bancá-lo, assim então esses servidores tiveram essa compensação.

Para concluir, não posso deixar de falar da PM do PR. Todos nós sabemos que sempre que o PT está envolvido em manifestações em Estados regidos pelo PSDB, a solução é sempre a mesma: fazer a PM de culpada, para assim atingir o governo. Foi assim em SP em 2013. Os crápulas, por exemplo, dos Black Blocs não são infiltrados, mas, sim, parte integrante das manifestações. (Por que eles não se infiltraram nas manifestações contra a Dilma? Porque seriam escorraçados. Por outro lado, são abrigados pelo PT e seus congêneres.) Assim, as manifestações promovidas por braços do PT, como sindicatos, CUT etc., têm sempre a intenção de vencer no braço. Por que não há greve onde o PT governa? No RS (depois de quatro anos de petistmo), o professor não recebe nem o piso nacional.

Reitero, a greve no PR foi considerada ilegal! Tais grevistas (bandidos disfarçados de professores) não têm respeito às leis. Não é constitucional se mascarar em manifestações (art. 5º da CF), não é constitucional destruir patrimônio público (art. 163 do Código Penal).
A PM, no PR, foi posta diante de duas alternativas: ou deixava a Assembleia Legislativa ser invadida e depredada, contrariando determinação judicial, ou reprimia os baderneiros. É evidente que se houve excesso por parte da polícia, que os PMs em questão respondam por isso. Mas não há de se negar que a PM é um dos entes que detém o monopólio do uso legítimo da força, prerrogativa esta que esses baderneiros não gozam.