quinta-feira, 2 de junho de 2016

O Impasse Mexicano das 'Esquerdas'

Grande parte da sociedade difundiu a ideia de que há uma cultura de estupro em nosso país. E isso ocorreu após uma garota ter afirmado que foi estuprada por nada menos que 33 homens. O caso aconteceu no Complexo de Favelas São José Operário, na zona oeste do Rio de Janeiro.

Não vou entrar no mérito da procedência ou não da história, isso é papel da justiça, que ainda apura o ocorrido. O que me incomoda, como sempre, é a militância oportunista.

É evidente que não há, no país, uma cultura de estupro. Esta ideia é um absurdo. Se assim fosse, as mulheres não conseguiriam ficar em nenhum ambiente com homens sem que estivessem em risco de sofrer estupro. Não é o que acontece. A culpa do tal estupro coletivo – caso tenha sido assim – é somente daqueles crápulas que o cometeram, e não de todos os homens do país, país este cuja sociedade não é conivente com tal ato, diga-se de passagem. Não foi um crime contra a mulher, foi um crime contra aquela mulher.

Onde quero chegar? Já digo. A militância, que se põe à frente desses casos – e de outros –, nunca tem interesse em resolver os problemas, mas apenas fazer política em nome de causas pelas quais dizem lutar. Quais causas são essas? Em tese, é a “libertação”. Qual libertação? Não importa, com tanto que se quebre o status quo. A militância só não tem interesse em derrubar o tal status quo quando este status quo está em suas mãos, como, por exemplo, apear do poder o PT, que já está à frente da nação há mais de uma década. Neste caso, o PT é o status quo! A militância quer apenas fazer política, e usa os inocentes como força motriz, e abusa dos inocentes. É assim na causa pelos gays, pelos negros, pelos índios etc. A militância está pouco se lixando por essas classes. Fosse diferente, o grupo de mulheres que foi protestar contra o estupro coletivo em frente ao STF – não se sabe o porquê do protesto no STF – não gritaria contra o governo Michel Temer, e foi o que o grupo fez. O que uma coisa tem a ver com a outra? Isso prova que a militância tem objetivos que excedem defender aqueles que diz defender. Nojo dessa gente! É fácil lutar por causas abstratas, difícil é lutar por pessoas de fato.

Na Alemanha, após a chegada da imigração islâmica, cresceu enormemente o número de estupros. A imprensa de “esquerda” escondeu os dados, já que tal militância se coloca a favor dos islâmicos. Esta é mais uma comprovação de que os critérios dessas militâncias não possuem responsabilidade. Quando é do interesse da militância, ela se opõe, quando não é, se esconde.

Que a lei seja severa com os crápulas deste país – inclusive com os que se dizem de esquerda –, mas passou da hora de parar de difundir besteiras como as de que vivemos uma cultura do estupro. Fosse assim, vivemos também uma cultura de homicídios, já que há 53 mil homicídios por ano no Brasil, número este maior que o de estupros. Dirão os tolos que os homicídios não têm gênero, mesmo que 80% deles sejam cometidos contra homens. Certamente não têm gênero, contudo, a questão é de mérito. E seria mesmo uma tolice afirmar haver uma cultura de homicídio no país, já que há muitas questões envolvidas, como impunidade, miséria, falta de educação e, sobretudo, a moral individual de quem mata.

Devo lembrar, ainda, que cresceu o número de homicídios e estupros no país nos últimos anos, e cresceu frente ao governo do PT, não de Michel Temer. Por que a militância não cobra do PT? Ou por que não cobrou até hoje? Para que serviram as tantas pastas que cuidaram do assunto?

Já encerrando, gostaria de fazer, diretamente, mais algumas indagações às tais “esquerdas”: Qual será sua posição, caso haja menores envolvidos nesse estupro coletivo ocorrido no Rio de Janeiro? Cobrará punição severa a esses menores? Lutará pela mudança do status quo do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)? Ou continuará com a afirmação de que se o menor esteve envolvido nesse estupro a responsabilidade é do Estado, da Igreja, do capitalismo etc.?

Gostaria mesmo de uma resposta, sobretudo, desta última indagação, pois se a resposta for a favor do menor, então a luta contra o estupro em questão está desqualificada, e se a resposta for a favor da vítima, a luta de todos esses anos a favor dos menores está errada.

Pois é, parece que as tais “esquerdas” entraram num impasse mexicano.