sábado, 28 de novembro de 2015

Os Ahmadinejads de São Paulo

É claro e evidente que as pessoas e “estudantes” que hoje invadiram as escolas do Estado de São Paulo não estão preocupados com a educação, não estão interessados na melhoria de políticas educacionais, inclusive, como ponto periférico, enquanto alunos, a maior parte só faz desdenhar quem lhe ensina. Os jovens que invadiram as escolas estão:

1 – apenas preocupados em assegurar seu lugar físico de convivência (isto é, o bem-estar individual é mais importante que o bem-estar coletivo, existe algo mais conservador, vindo de quem se diz progressista?);

2 – servindo de massa de manobra do petismo e de grupelhos de extrema esquerda que desejam há anos, e sem sucesso, acabar com o governo do PSDB – a tese da água não funcionou. (Os politicamente corretos dirão que o termo “invasão” é errado, e que o termo correto seria “ocupação”, e blá-blá-blá, contudo, e com a devida vênia, eu quero que essas pessoas se danem!)

O MTST é um dos grupelhos ao qual me refiro. O que o chamado Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto tem a ver com educação? Nem Sócrates esclareceria, por que eu gastaria meu tempo? Avante.

Outra entidade que está à frente dessas invasões é a APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), comandada por Bebel Noronha, aquela que vive fazendo lavagem cerebral – em quem, obviamente, não tem cérebro – com o objetivo de convencer os jovens a não irem à escola (pouca contradição, vindo de quem se diz professora?), quando, por exemplo, ela (Bebel) organiza greves de professores.

Deu para perceber o porquê de eu afirmar que os tais protestos contra a reestruturação educacional em São Paulo nada tem a ver com educação? É tudo apenas política partidária e ideológica, quando não apenas interesse em bagunçar. Inclusive, nessas escolas invadidas, há bandeiras hasteadas de todos os tipos, e uma delas é a que contém o símbolo da anarquia; nessas escolas, vê-se mais gente adulta (militantes profissionais) que alunos; há inúmeras escolas invadidas que nem sequer serão alvos da reestruturação. Percebe o porquê de eu insistir que o intuito desses canalhas não é o de melhorar a educação? Esses oportunistas (os militantes, sejam “estudantes” ou não) não apenas invadiram prédios públicos, mas estão impedindo a escola de funcionar, e isso é grave! (Evidentemente, não haveria motivo para a invasão, não fosse objetivando paralisar seu funcionamento.) E agora?!, consegue entender a razão de eu reiterar que a preocupação deles não é com a educação? Alguém que se preocupa, de fato, com educação impediria uma escola de funcionar (mesmo sob protestos), sobretudo, na fase de fechamento de ano letivo? Protestos são, obviamente, legítimos, mas impedir uma escola de cumprir com sua função é coisa de bandido. Esses militantes, com essas atitudes, nos apresentam seu real perfil: o autoritarismo, à medida que colocam todos em sua agenda. Como? Se eu, por exemplo, sou estudante e não tenho nada contra a reestruturação, isso pouco importaria, pois eu estaria sendo impedido de frequentar as aulas do mesmo jeito, e, assim, estaria fazendo parte da agenda de autoritários, que não me deram opção.

Fui, pessoalmente, tentar conversar com alguns "estudantes" invasores de uma escola, a fim de escrever uma matéria sobre o assunto à Gazeta Cidadã, mas, ao apresentar-me (como jornalista), nitidamente, os jovens ficaram receosos e disseram que não estavam autorizados a falar. Quem os desautoriza? Não disseram. No entanto, deu para notar que possuem um líder. Todos acuados, porém, hostis; a maior parte mascarada. Por que temem mostrar o rosto? Covardia? Medo? Vale salientar que a Constituição, no artigo 5º, diz ser livre a manifestação, mas veda a anonimato, portanto, há duas infrações sendo cometidas ao mesmo tempo: invasão de prédio público e anonimato.

No fim, ficou claro que, na verdade, eles não querem dialogar, como se afirma por aí, só querem espalhar terror e ter seus quinze minutos de fama, o que, consequentemente, mostra seu enorme vazio de espírito. Esses jovens dizem lutar contra o fechamento de escolas, e seus métodos são... fechar escolas. Há coerência? Evidentemente, a educação não é o foco.

Qual será o adulto que está corrompendo esses jovens e os encarcerando numa escola sob a lavagem cerebral devastadora do pseudoprogressismo? Qual será o adulto que está fazendo esses jovens passarem frio, talvez fome, enquanto dorme em sua cama quente? Alguém do MTST ou da APEOSP? Esse adulto será punido? E mais, esses jovens não percebem que também estão inibindo a liberdade do caseiro da escola, mesmo que, em tese, esse caseiro tenha trânsito livre? Esses jovens serão punidos?

Todos os envolvidos, direta ou indiretamente, serão punidos por atentar conta a Constituição? Continuemos.

Numa situação de invasão, qual é a resposta mais comum do ente afetado, no caso a Secretaria de Educação? Entrar na justiça com pedido de reintegração de posse (o que acaba, também, sendo positivo para os militantes, que sempre veem nessa oportunidade razão para criticar outra instituição pública: a polícia). Mas quando a Secretaria entrou com o pedido, o que afirmaram os desembargadores, quando estes, ignorantemente, negaram a solicitação? Que não se trata de invasão, mas apenas de tentativa de negociação por parte dos alunos. Não se trata de invasão? O que vemos então é apenas uma miragem? E por outra: discutir razões técnicas de ensino com alunos é ignorar a função da própria educação. O que as pessoas querem?! Que o governador vá até a casa de cada uma delas para explicar sua proposta? Ou ainda: será mesmo que as pessoas, numa discussão, pensariam no que é melhor para a educação?, ou pensariam no que seria melhor e mais conveniente para si? O governo, além de planejar a reestruturação educacional, abriu, sim!, diálogo, mas com quem deveria, isto é, com as delegacias de ensino, as quais são responsáveis por fazer a mediação com as escolas. Não se pergunta a crianças ou adolescentes qual tipo ou modelo de educação eles preferem. “Duco” (latim), raiz da palavra “educação”, significa “conduzir”, acrescentando-se o “e”, possui o significado “de cima para baixo”, no sentido hierárquico. Essa abordagem pedagógica horizontal atual, defendida por pedagogos fajutos contemporâneos, só faz deturpar a educação, além de ir contra sua etimologia.

A fusão de ciclos foi determinada na reforma de 1971, durante o regime militar; Jarbas Passarinho era o ministro da Educação à época. Este, ainda, a título de informação, retirou música e desenho da grade curricular, complicando ainda mais a situação educacional; nessa fase, pois, surgiu a disciplina de educação artística. Desse modo, na década de 1990, no início do governo Covas, a Secretaria de Educação, chefiada por Rose Neubauer, reorganizou os ensinos primário e ginásio, hoje fundamentais I e II, respectivamente, separando-os por ciclos, como assim o era antes de 1971. A mudança, apesar de difícil, foi extremamente satisfatória, inclusive, países de primeiro mundo trabalham dessa forma, como os EUA, onde High School Jr. (ginasial) é separado de High School (médio). Mas na época, voltando ao governo Covas, não era possível, para os militantes, fazer das crianças, por serem crianças, (como eu, que fui um dos sujeitos passivos, pois estudava no ginásio público) massa de manobra. Adiante.

Além do motivo técnico, há também outros, como a evasão, ocasionada pela queda de natalidade, que é um fato; transferências para redes municipais ou privadas (no caso das privadas, com uma ajudinha extra da Rede Globo, que por anos fez propaganda de colégio particular, como na novela Malhação). Esses motivos que citei fizeram com que a demanda na rede pública diminuísse absurdamente, e, hoje, acabar com esse espaço ocioso é valorizar dinheiro público, sobretudo, numa época de recessão econômica, criada por quem? Ora essa, pelo partido no qual esses militantes votam, ou defendem, ou fazem aliança: o PT! Pouca contradição? Há escolas atualmente com 50% de ociosidade. Desde a chegada do novo século, a demanda do ensino público despencou de 6 milhões para 4 milhões; a rede pública, ainda, é capaz de atender a demanda de 6 milhões de alunos.(Só para constar, a demanda da rede privada também diminuiu.) Essa reestruturação, além de técnica, é economicamente necessária e oportuna. Além do mais, em prédios específicos, a divisão de ciclos mostra rendimento até 22% superior aos dos alunos que estão misturados com outras faixas etárias. Até o próprio petista, o ministro da Educação Aloizio Mercadante, é a favor da proposta do governo de São Paulo. Não é salutar, nem nunca foi, misturar crianças com adolescentes.

Os prédios não serão fechados, isso é discurso de pilantra, todos eles continuarão a serviços educacionais; nenhum aluno ficará sem vaga, todos serão transferidos para colégios próximos; nenhum professor perderá o emprego, mas, pelo contrário, foram chamados, nas últimas semanas, 5100 concursados; não haverá superlotação de salas de aula, como afirmam alguns tolos que não conhecem leis. Há uma lei estadual em São Paulo que exige o máximo de quarenta alunos por sala, isto é, o máximo de hoje continuará a ser o máximo de amanhã. Atualmente, há 1500 escolas de ciclo único, e a intenção é que esse número chegue a 2250. Hoje, sobram vagas para os ensinos fundamental e médio, e faltam vagas para creches (vide o desprezo do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, com as creches). Com essa reestruturação estadual, vários prédios serão destinados aos municípios – que já estão de olho –, para se aumentar, além de creches, pré-escolas e ensino técnico. Será que o PT, caso estivesse no poder estadual, daria uma forcinha para um opositor municipal, como ceder prédios para se construir creches?

Agora, brevemente, um pouco de história para fazer jus ao título deste artigo. Os tais invasores de prédios públicos pensam estar seguindo Lênin ou Che Guevara, mas quem inventou invasão de prédio público foi o neonazista Mahmoud Ahmadinejad, presidente iraniano entre 2005 e 2013. Sim, caro leitor, em 1979, ele era líder estudantil do curso de engenharia em Teerã. Ficou famoso e acabou virando presidente na eleição direta, 26 anos mais tarde. A invasão foi feita em 1979, quando o xá Reza Pahlevi, que tiranizava o Irã desde 1941, foi deposto pelo aiatolá Ruhollah Khomeini. Semanas depois que Ahmadinejad invadiu a embaixada americana, logo após o golpe de Khomeini, a Libelu invadiu a reitoria da USP (Universidade de São Paulo). Essa foi a primeira invasão de prédio por estudantes, no Brasil. A Libelu (Liberdade e Luta) foi um movimento estudantil brasileiro da década de 1970, ligado ao trotskismo. Portanto, esses estudantes atuais aqui de São Paulo, ao invadirem prédios públicos, nada mais são que espelhos da teocracia islâmica. Devo acrescentar, ainda, que Mussolini é quem recomendava a prática de se rebelar contra os pais e professores – nesse caso aos balillas, que eram as tropas infantis.

Não cabe aos estudantes se meterem em política executiva. Se eles desejam fazer política, devem usar o grêmio estudantil, que, afinal de contas, serve para isso. Portanto, enquanto os jovens são espelhos de Ahmadinejad, seus líderes são espelhos de Mussolini, que era o próprio fascismo, fascismo este que Gramsci chamava de subversão conservadora. Não há frase melhor para definir a atitude dos estudantes – rebeldes sem causa, como diria Ultraje a Rigor – de São Paulo, pois estes subvertem o sistema para mantê-lo no lugar em que está.

Volto ao tema. É preciso coragem para reestruturar serviços públicos. As pessoas vivem a cobram mudanças e melhorias, e quando um governo de fato se prontifica a fazê-las (baseadas em estudos técnicos, diga-se de passagem), grande parte opta pelo status quo. Existe algo mais conservador vindo de que pensa ser progressista?

A realidade é que as pessoas têm medo de mudança, inclusive esses alunos e militantes mimados, que temem perder amigos ao mudar de escola (essa é a real preocupação, além, claro, da bagunça jovial em si), amigos estes que, provavelmente, não terão mais notícias em dez anos, separando agora ou não. Atente-se às amarguras da vida, companheiro! Ela (a vida) não é como sua cabecinha idealista imagina ou deseja.

E, para finalizar, devo deixar claro minha repulsa, talvez pena, por gente que a vida toda estudou em colégio privado, e hoje pensa ser apto ou ter moral para se posicionar contra medidas de educação pública, pois a maioria nem sabe o que diz, visto que sempre passou longe de tais assuntos; a maioria sempre passou longe daqueles que sempre considerou plebe. Devo deixar claro, também, minha repulsa, talvez pena, por gente que a vida toda viveu na redoma de seu apartamento com seu videogame, e que nunca fez nada por sua comunidade, mas que hoje adora rotular de retrógrado quem tem um pensamento diferente do seu. Na cabeça desses pseudoprogressistas, um homem para ser progressista precisa ser a favor do aborto, a favor das drogas, a favor de um Estado Palestino, a favor do “casamento” gay, contra o Cristianismo, entre outras falácias contemporâneas. Para esses tolos, o que se pensa é mais importante do que o que se pratica. Esse é o progressismo dos mimados! Esse é o progressismo dos leitores de orelha peseudoesquerdistas que pensam contribuir com o planeta por andar de bicicleta (ou bike – o termo da moda) nos fins de semana.

O que gente assim acrescenta para o mundo? Nem Sócrates esclareceria, por que eu gastaria meu tempo? À vista disso, encerro aqui.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Aborto: eugenia indubitável

Os pensamentos que rondam a sociedade contemporânea são meros clichês que vão se padronizando através das épocas.

Aqueles que defendem o aborto, é regra!, também defendem a liberação da maconha, a existência de um Estado palestino, a extinção de Israel, casamento (?) gay, socialização dos meios de produção (aqueles que leem um pouco mais) etc. Esse grupo, quando reconhece um igual, é como um cachorro quando encontra seu dono: o rabinho não para de abanar. Por outro lado, quando lida de frente com a adversidade, é como um cão raivoso (peço desculpa aos cães). E ainda tenta dar lição sobre intolerância. Adiante.

Deve ser triste não ter a quem rezar; deve ser triste poder contar apenas com algumas doutrinas e alguns poucos amigos de luta social; deve ser triste, principalmente, passar a vida votando em “heróis da pátria”, enquanto, da lama, avista os tais heróis enriquecerem com dinheiro público; deve ser triste ser enganado pelo partido no qual se votou a vida toda. Como assim? Imagine você votando em um partido, por acreditar que ele luta contra as “desigualdades do capitalismo”, e, quando finalmente esse partido adentra o poder, você percebe que aqueles capitalistas contra os quais lutou a vida toda, passam a enriquecer ainda mais. Falo dos banqueiros, empreiteiros etc. É claro que você ficaria com vergonha, mas, ao mesmo tempo, essa doutrina lhe cegou e você não consegue mais se libertar desse senhor: o partido. Geralmente, essas pessoas criticam a fé religiosa de outrem, mas, por contrapartida, não percebem que também acreditam em um deus. Falo, especificamente, do PT e de todos os nanicos, como PSOL, PCdoB, PSTU e afins, pois são esses que são tratados como religião por seus eleitores e militantes.

Quando trato sobre o aborto, é claro!, não desassocio minha crença religiosa de minha visão, mas não é um pré-requisito para tratar do assunto, pois não é preciso crer em Deus para defender a inviolabilidade da vida humana, basta ter um pouco de caráter e bom senso.

Entre lutar pela melhoria do serviço público, no que se refere a atendimento pré-natal e psicológico, e lutar para que o serviço público pratique aborto, esse grupelho, ao qual me referi no começo deste artigo, prefere lutar pelo aborto. Entre a vida e a morte, luta-se pela morte. O Estado já fornece, gratuitamente, preservativos, anticoncepcionais e até pílulas do dia seguinte. O que mais as pessoas querem?! Dentro em breve, o Estado participará ativamente na cama do casal. Talvez seja só o que falte.

Não vou entrar na discussão sobre a partir de quando a vida é vida, pois a questão é muito mais profunda; é de essência e princípios. Ou por outra: quem decide quando começa a vida? Essas minorias têm a tendência arrogante de querer determinar quando o feto é ser humano. A formação humana progride a cada dia pelos nove meses de gestação, não há um dia exato em que o ser humano torna-se ser humano.

E é mentira, ainda, que, com a legalização do aborto, o número de abortistas não cresceria. Na Austrália, cem mil abortos são realizados anualmente em decorrência de sua legalidade, número que aumenta a cada ano; na Espanha, os abortos também crescem incontrolavelmente, e nos últimos anos, abortou-se o equivalente à população do Estado de Luxemburgo; nos EUA, após a vigência da lei, o número de abortos subiu 700% nos primeiros vinte anos. No Brasil, mortes com abortos aumentariam, sim, após a legalização, ou a saúde pública do país é eficiente? Ou o Brasil é melhor que os países citados? É óbvio que, como pessoas que são favoráveis à posição abortista não entendem de cálculos, faz-se uma lambança terrível com os números. A título de informação, os países que aderiram à legalização do aborto, já buscam políticas de resolução, à medida que a lei lhes trouxe problemas demográficos.

Que fique claro, a mulher é dona de seu corpo, mas de seu filho é apenas tutelar. Ou seja, a mulher é dona de seu corpo, mas não do corpo que carrega em seu ventre. Ou ainda: se o pai não pode interferir e nem sequer opinar na decisão da mãe, por que então ele deveria se responsabilizar caso o filho nasça? Por que esse feminismo imbecil é melhor que quaisquer posturas machistas também imbecis? As feministas tratam o assunto como se a gravidez fosse uma imposição masculina, mas infelizmente – para elas – são as mulheres que engravidam, é a natureza. Ou se conformam ou passarão a vida toda amarguradas.

O aborto é, sim!, uma forma de eugenia – aquela usada por Hitler –, pois através dele, escolhe-se quem deve ou não viver. Ainda, à medida que avança a pesquisa genética e que exames de imagens vão se tornando mais precisos, é claro que, não tardará muito, se terá as fichas com doenças em potencial que poderá ter o indivíduo em gestação. Com o aborto legalizado, caberá aos pais fazer ou não a escolha do “filho perfeito”. Nesse raciocínio, alguém também indagará se é justo com a sociedade trazer ao mundo pessoas que darão despesas ao Estado, e o tal “filho perfeito” virará política oficial. Hitler deve estar rindo do inferno. Os abortistas o criticam, mas não percebem que usam seus métodos. Por essa e outras, essa esquerda tosca tem um pé no nazismo, o qual, por sua vez, teve um pé na esquerda, ou Hitler não foi líder do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães? Gostando ou não, o passado não pode ser alterado.

E, para terminar, emito uma visão, agora sim religiosa, ainda sou a favor do controle moral do corpo e da intimidade, pois esse ainda é o melhor caminho para quem não deseja ter filhos. Todas as outras medidas – preservativos, abortos etc. – são apenas paliativas. As pessoas precisam aprender a se responsabilizar pelas consequências de seus atos e, assim, assumi-las. A posição abortista não deixa de ser uma absurda covardia, em todos os aspectos. O aborto é uma contradição inelutável: só pode ser a favor quem não foi abortado. Essa assertiva, talvez até clichê, deveria bastar do ponto de vista ético. Isto é, o aborto é moralmente indefensável. É o que o mundo contemporâneo, através dessas doutrinas imorais, está criando e proliferando: pessoas mimadas e covardes.

Ps. O aborto não é legal no Brasil, mas em alguns poucos casos, como o de estupro, risco de morte da mãe e diagnóstico de anencefalia (este último caso criado pelo STF, que passou a sentir ente legislador), ele não resulta em punição, isto é, não existe aborto legal, como afirma a militância suja.

O Art. 2o do Código Civil, ainda, afirma: “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”.

domingo, 27 de setembro de 2015

A sociologia hipócrita atual culpa pessoas de bem pela pobreza do mundo

A sociologia nasceu no século XIX como uma ciência conservadora. Auguste Comte, o responsável pelo termo “sociologia” e também responsável pela corrente filosófica positivista, passou a vida falando de uma ditadura republicana tecnocrática. Todo esse pensamento, inclusive, influenciou o Brasil que proclamou sua república. A influência subsiste até mesmo nas palavras de nossa bandeira: Ordem e Progresso. “Amor, por princípio, ordem, por base, e progresso, por fim” (Auguste Comte).

Comte dizia que o mundo caminhava, de forma progressiva, a uma etapa perfeita: a etapa positiva. Nela não haveria religião, tampouco políticos metafísicos. O mundo, então, seria explicado pela ciência; seria técnico e pragmático, que não erra nem especula.

Com o decorrer das décadas, a sociologia – que, basicamente, estuda o homem em sociedade – foi dominada pelas esquerdas, as quais tentam convencer seus alunos de que o mal do mundo reside no capitalismo; de que a elite é responsável pela pobreza instaurada de forma universal. Digo até que “sociologia” é confundida com “socialismo”, isto é, um erro crasso.

Neste artigo, minha intenção não é dissertar sobre capitalismo, socialismo etc., pois isso tornaria o artigo extenso em demasia. Minha intenção é muito mais simples e objetiva.

Quando professores de sociologia vão abordar temas referentes à violência, sociedade, cultura etc., eles tentam culpar certa ala da sociedade pelos mendigos de rua, pela pobreza e até mesmo, pasme!, pelos bandidos que nos assolam. Na visão desses professores sacripantas, todos nós deveríamos, por exemplo, ao passar por um necessitado, olhar em seus olhos profundamente e chorar junto a eles, sentir a dor deles. Lágrimas, porém, não resolvem problemas, sobretudo, estruturais. Evidentemente, não estou dizendo que as pessoas devam ser frias com o infortúnio alheio; não estou dizendo que não devemos ajudar a quem necessita, de acordo com nosso alcance, é claro. O que estou dizendo é que nem tudo é culpa de alguém ou de uma ala especificamente, pois a questão é muito mais ampla. Poderia me debruçar em Rousseau, Hobbes e até Jesus, para me explicar, mas como disse, serei mais objetivo. (Para maior aprofundamento, leia meu livro "Ensaios sobre o Mundo Pós-Moderno".)

Não creio na tese da economia clássica, que, grosso modo, libera o Estado de certas responsabilidades. Por outro lado, também não creio no Estado sob ótica comunista. Assim, então, vou na linha do economista inglês Keynes, o qual departamentos de sociologia de universidades como a USP não conhecem.

Acredito e defendo a responsabilidade direta do Estado, não somente nas questões de educação, saúde e segurança, mas também de emprego, bem-estar social, intervenções e regulações em áreas econômicas etc. Contudo, esnobo demagogias de assistencialismo e afins. Uma pessoa, grosso modo, necessita mais que comida para viver dignamente; esnobo, também, a discriminação sobre empresários, oriunda de alas da esquerda.

O Brasil tem uma das cargas tributárias mais altas do mundo; o Brasil é um dos maiores arrecadadores de impostos do mundo. Você, leitor, e eu, trabalhamos mais do que deveríamos para bancar o governo, o qual, por sua vez, deveria reverter esse recurso/verba aos serviços públicos, a partir dos quais os mendigos de rua e os miseráveis das favelas deveriam sair da condição em que se encontram, pois nesses serviços aos quais me refiro eram para constar educação, saúde, emprego etc. dignos.

Desse modo, se há mendigos passando fome, o Estado não está cumprindo seu papel adequadamente; o Estado não está usando a verba que você, leitor, e eu fornecemos através do esforço de nosso trabalho e suor.

Não estou dizendo que o Estado deveria investir mais verba nessas áreas, pois talvez você não saiba, mas o Brasil investe tanto em educação quanto um país de primeiro mundo. Isto é, o percentual do PIB investido é praticamente o mesmo de países como Itália, Portugal etc. A questão é, portanto, investir corretamente.

A responsabilidade pela miséria não reside diretamente num sistema econômico em si, mas, primeiramente, num Estado mal gerido.

Na sociologia, fala-se muito em formas de violência, e dentre essas formas estão as violências política e revolucionária. O crime de corrupção não deixa de ser, então, um assassinato contra serviços públicos de qualidade. O Brasil, não por coincidência, viveu, em menos de uma década, os dois maiores crimes de corrupção de sua história, quiçá da história do mundo (mensalão e petrolão – até agora).

O Estado brasileiro, leitor, é mal gerido e corrupto há anos; o Estado brasileiro, leitor, é quem destrata seus cidadãos; o Estado brasileiro, leitor, é quem não possui sociólogos de verdade para assessorá-lo. E o que os professores de sociologia fazem? Eles culpam o trabalhador e o sistema no qual vivemos pela existência de pobreza, enquanto, ao mesmo tempo, votam em partidos que corrompem o Estado, o qual, este sim, mantém o pobre como pobre, à medida que rouba ou não investe nossos recursos digna e adequadamente. (E eu estou falando, sim, do PT, caso não tenha ficado claro.)

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Terceiro melhor prefeito de São Paulo?

Certa feita, ouvi de um amigo que Fernando Haddad estava entre os três melhores prefeitos da história da cidade de São Paulo, só ficando atrás, então, de Faria Lima e Prestes Maia. Nos dois últimos, eu consigo ver alguma vantagem, contudo, ou esse amigo está confundindo Fernando Haddad com outro nome, ou perdeu mesmo qualquer senso de lucidez. Numa das reuniões que tive de ouvir essa afirmação estupefaciente – pois ele já havia afirmado tal disparate outras vezes –, questionei o porquê de tal visão, e um silêncio sepulcral pairou. Após questioná-lo, inverti a tal lista, e coloquei o petista da medalha de bronze entre os três piores, só ficando atrás de Jânio Quadros e Celso Pitta. Essa foi uma decisão difícil de tomar, visto que muitos prefeitos merecem esse pódio da vergonha, como Paulo Maluf, Marta Suplicy, entre outros. Você discorda? Ok, mas isso não muda os fatos. Sigamos.

Como alguém que escolhe uma equipe esdrúxula para assessorar – e isso é incontestável, do contrário não faria tanta sandice – pode estar entre os melhores? Como alguém que destrói a cidade com “ciclovias” mal feitas, perigosas e sem quaisquer planejamentos ou debates dignos pode merecer tal honra? Como alguém que se ocupa com minúcias, como o fechamento para carros e ônibus de importantes vias, em detrimento de promessas de campanha, como aumentar número de creches, pode ser ovacionado? Até faixa para pedestre está sendo criada junto aos carros. Bom, poderia passar horas elencando a má gestão em questão, e no fim os benefícios, caso haja, não representariam um décimo dos infortúnios.

Vou me debruçar, entretanto, um pouco mais sobre o fechamento para carros e ônibus, aos domingos, de uma importante via da cidade: a Avenida Paulista. Ninguém avisou o prefeito que lazer deve ser usufruído em parques, praças e afins. (Aí está a má assessoria.) Ou talvez ele saiba, mas é claro que é muito mais prático fechar uma avenida que construir parques, ou melhorar os parques e praças existentes, assim como é fácil pintar faixas vermelhas nas ruas e chamá-las de ciclovias. Pronto!, tudo se resolveu. Todos podem, agora, viver e coexistir em paz. Piada!

Aquela cena que ilustra folhetos das Testemunhas de Jeová, na qual as 144.000 pessoas (lorota) salvas estão felizes num grande jardim de deleite, parece-me, é a mesma cena que está na cabeça de Haddad, quando este imagina a Paulista ocupada por pessoas lights, saudáveis, “modernas” e que, pior, acham que tudo é lindo ao seu modo e que o importante é ser feliz acima de tudo. (É esse tipo de pensamento que fará com que nós, do século XXI, sejamos lembrados e tratados como motivo de chacota por nossos sucessores.)

O lulupetismo, do qual Haddad faz parte, incitou, mais que ninguém, através de incentivos, a compra de automóveis, e hoje acha bonito pedir que o deixemos em casa para andar a pé ou de bicicleta. O prefeito se esquece que foi eleito para governar para todos, inclusive os motoristas. Evidentemente, eu tenho consciência de que são necessárias medidas de bem comum, mas para que elas sejam coerentes, é necessário, também, um mínimo de estudo, planejamento e discussão. Não é passando por cima de certa ala da sociedade que se resolve certas coisas; não é se comportando como um tirano da “inteligência” que se chega ao bem comum.

Como afirma a jornalista Lúcia Boldrini: "Acabar com os ônibus na Paulista aos domingos é obrigar as pessoas a fazer mais baldeações ou a andar mais para alcançar as estações de metrô. É tomar o tempo delas, é inviabilizar o passeio ou dificultar o acesso ao trabalho, justo num domingo. É impor sofrimento e restrição aos invisíveis por um fetiche".

“Fetiche”. Esse é o substantivo que deve rotular Fernando Haddad. Que fetiche é esse com a Paulista? Deixe a Paulista em paz, prefeito! Pare de superfaturar as obras em nossa principal avenida tentando passar imagem de moderno. Sim, foram gastos, com a ciclovia da Paulista, R$ 12.200.000 (faço questão de pôr em extenso: doze milhões e duzentos mil reais). E já que a Paulista tem 2.700 metros, foram retirados de nossos bolsos R$ 45,00/cm. E não adianta vir comparar cidades como Amsterdã ou Nova Iorque para defender ciclovias em São Paulo. As topografias são diferentes, os custos são absurdamente diferentes e os debates com a sociedade, idem.

No caso do fechamento da avenida em questão, não importa mais quais possíveis benefícios essa implantação pode trazer, o projeto está errado em sua essência. Uma avenida tem uma razão natural de ser, em qualquer parte do universo, e o prefeito quer mudar a essência natural das coisas, menos a sua própria.

Fernando Haddad não está interessado no bem comum da população paulistana, ele só quer terminar o mandato com uma imagem um pouquinho melhor da que possui atualmente, isto é, péssima. Ele sabe que não dá mais tempo de implementar coisas importantes na cidade, e sabe, também, que sua imagem despenca cada dia mais. (Aliás, não dá mais tempo e nem tampouco possui capacidade para tal.) A melhor solução, então, foi tentar passar uma imagem de moderninho perante os tolos que o apoiam... Tolos saudáveis que choram, de longe, pelos sírios quando veem aquela guerra pelos seus iPhones; tolos individualistas e infelizes que limpam suas consciências andando de bicicleta aos domingos, enquanto nos outros seis dias da semana poluem o mundo com os combustíveis que vêm de uma estatal corrupta: a Petrobras.

Volto-me ao meu amigo do início. Por que Fernando Haddad está entre os três melhores prefeitos da história da cidade de São Paulo? Responda, por favor!

domingo, 13 de setembro de 2015

Ninguém é feliz!

Ninguém é feliz! A verdadeira questão é que alguns sabem – mesmo que ignorem – e outros não.

Vivo refugiado no canto de minha trincheira, e lido direta e conscientemente com minha solitude. Epicuro dizia que o homem torna-se vulnerável ao se isolar, o que o pensador, então, não recomendava. Ignoro-o, apesar de admirá-lo em tantas questões.

Alguns, portanto, me consideram solitário, e demonstram total desconhecimento dos significados dos termos “solidão” e “solitude”. Não me ocuparei a explicar. Pessoas me rotulam de solitário, enquanto rodeadas de pessoas e risadas, ao mesmo tempo em que evitam sua própria companhia. Viver sob o medo da dor é mais grave que a própria dor em si, e ela nos atinge a todos.

O que faz um grupo de pessoas reunidas em festa em meio à bebedeira, por exemplo? Certamente o assunto não cessa, e não cessa exatamente por não haver assunto; certamente a risada é ininterrupta, e assim o é exatamente pelo medo do silêncio. Um homem só percebe sua pequenez e futilidade no vazio de sua companhia, quando, assim, portanto, reconhece sua essência, e por isso evita tal situação. Não eu. Por conseguinte, um grupo de pessoas nada mais reúne senão um grupo de solitários que desconhecem sua própria essência. E, no coletivo, toda essa dor e essa solidão são diluídas e disfarçadas, a maior parte das vezes de forma instintiva, e por esse motivo, também, pessoas com esse perfil renegariam esta assertiva. Contudo, os que renegam minha argumentação poderiam contra-argumentar, dizendo, por consequência, morar aí a importância da socialização, já que é somente através dela que se encontra a felicidade. Não obstante, essa tal felicidade, ainda assim, nada mais é que um mero subterfúgio, isto é, apenas uma ilusão.

A felicidade vivida num grupo como esses é como uma miragem avistada por um viajante. Do mesmo modo que uma miragem nada mais é que uma peça que nos prega nossa mente vã, a tal felicidade assim o é: nada mais que uma quimera. E, à vista disso, não existe!

Como disse, à beira da morte, o príncipe Hamlet: “O resto é silêncio!” Ou, trazendo algo mais moderno e nosso, como Drummond: "Há uma hora em que os bares se fecham/ e todas as virtudes se negam". Fim!

quarta-feira, 22 de julho de 2015

O porquê de meus por quês

Não me tornei músico objetivando fama, tampouco publiquei livros com essa pretensão. Estudei música porque meu espírito solfejava melodias, ininterruptamente – mesmo que de forma inconsciente –, todavia, cabia a mim, como ser físico, colocá-las no lugar certo (não que este seja um requisito primordial do ponto de vista artístico); estudei música pelo amor que sinto pela organização dos sons e à eminência que ela pode nos levar; estudei música pelo maravilhamento que tinha (e continuo tendo) por tudo o que é possível criar a partir da matéria-prima que a natureza nos fornece, mesmo que nós, ocidentais, tenhamos alterado-a matematicamente. E que deu certo! Estudei música pelo deslumbramento que tenho e sempre tive por nomes incontestes (e suas obras) que passaram por nossa história; estudei música porque vi na arte uma forma genuína de tocar a alma das pessoas... e a minha.

Escrevo porque tenho descontrolada necessidade de expor, de forma clara (nem sempre coloquial), tudo o que sinto, apesar de músicas expressarem, por si só, os mais sublimes ou mais simples sentimentos.

Evidentemente, o palco e a plateia me são valiosos, mas não forçosamente uma necessidade, por outro lado, minha música e minha literatura, sim, são como extensões de mim mesmo, e estão relacionadas à intimidade, e não necessariamente à massificação; antes de subir em palcos, já compunha demasiadamente, pois, reitero, minha música retrata aquilo que sou em essência, e se esta ficar dentro de meu armário deixar-me-á mais infeliz do que penso ser.

O dia em que eu não tiver nada a dizer, meu espírito deixará de emanar melodias e meu cérebro, por sua vez, de pensar palavras. Isso acontece, tenho consciência, um pouco a cada dia. Devagar vou deixando de ter o que dizer e expressar, e isso ocorre à medida que percebo o ciclo vicioso do mundo, percepção esta que eu não possuía, ou então ignorava. Talvez vivemos tempo demais nesta terra.

Não subo ao palco como animador de festa, e me entristece quando vejo que é isso o que grande parte pessoas quer. Subo ao palco para apresentar minha obra, e, mesmo que a maior parte dela expresse minha solitude e visão das coisas, penso que ela pode contribuir ao menos com uma melhoria interna de cada um, e, obviamente, eu me incluo nessa ala. Conforme envelhecemos, percebemos que não nos cabe mudar o mundo, mas melhorarmos, sim, a nós mesmos, o que, consequentemente, ajudaria a contribuir com uma melhoria das pessoas de nosso ciclo de convivência e, então, com o mundo que possuímos.

Quando vou, raramente, a encontros sociais, fico contente, de certa forma, quando me pedem para cantar e tocar, pois sei que músicas podem ter um papel de alegria, mas, como a maior parte das vezes ela leva os ouvintes a um entorpecimento moral (não somente através da música em si, mas principalmente pela forma de as pessoas lidarem umas com as outras e com os recursos disponíveis), fica explicada minhas raras idas a eventos com essa conotação, além de pensar que meu talento (caso haja) não se estenda a esse mérito, não somente por condição pessoal, mas, principalmente, por condição inata.

Assim, a música e a literatura (limitando-me a, por enquanto, debater somente esses segmentos) podem ter vários papéis, mas quando o “artista” leva as pessoas ao seu redor a se entorpecerem física e moralmente, ou simplesmente quando ele anseia a fama como fim, este não é um artista, mas somente um comerciante ou um agente do entretenimento, mesmo que tenha talento para artista. Evidentemente, não estou afirmando que não se possa viver da arte.

Quando, em minha obra, eu abordo questões como fraqueza, moral, angústia e afins (e temas como estes não são raros nem tampouco estranhos a mim), trato mais do mundo e das épocas que de um sentimentalismo puramente pessoal em si; refiro-me, geralmente, à natureza humana e aos problemas que todos trazem consigo desde sempre, mas que, grande parte, por medo, fuga, indiferença ou ignorância, desconsidera, e por isso aparenta ser mais feliz, quando, no fundo, vive apenas uma ilusão. Ser sério e reservado, todavia, não significa nunca sorrir ou nunca ser feliz, significa não sorrir à toa e a todo o momento, tornando-se, assim, um mero bobo que não sabe valorizar emoções de fato.

O artista (e o que vou dizer deveria se estender a todos) necessita de momentos profundos para reflexões, e é daí que surgem as grandes obras sobre as quais nos debruçamos através das épocas. No mundo atual, é muito comum pessoas condenarem a solitude, por outro lado, o que seria de nós, caso não houvesse, no decorrer da história, pessoas com essa característica? Quantas obras o mundo deixaria de possuir? Afirmo, com certeza, que as principais! Obras, inclusive, que estudamos, e hoje nem percebemos a importância que podem ter tido para nossa formação. Não pretendo, com essa assertiva, dizer que não é possível um artista criar uma boa obra em momentos de felicidade, mas eu não preciso advogar em nome disso, porque todos já o fazem.

Por meu trabalho na área jornalística (jornal, blog e programa de WEB), fui diversas vezes rotulado de conservador, e isso por eu ser um vigoroso crítico de políticas demagógicas e um autêntico contestador do lulopetismo. Pobre das pessoas que veem, hoje, nesse partido (e nesse oportunista – Lula) um ente de progresso e de esquerda. Isso só nos mostra como é deturpada a visão de direita e esquerda que temos na América Latina; nos mostra, ainda, como faz falta a leitura de autores incontestes. Talvez você, leitor, não conheça Leôncio Basbaum, teatrólogo brasileiro do século XX, o qual afirma que a esquerda é aquela que luta pela melhoria da vida da população, através da mudança das condições vigentes. Ainda devo citar, para fim de conclusão, autores como Keynes, Malthus e Adam Smith, principais pensadores nas áreas de economia e filosofia, e todos são muito claros quando dizem que avanço se dá mediante emprego e empreendedorismo. Auxílios só atravancam essas duas frentes. É claro que esse é um tema polêmico e que dá margem a muita discussão, mas o fato é que eu não acredito em ninguém que se coloca como a salvação dos oprimidos, pelo contrário, vejo em gente assim o demônio encarnado. Essas pessoas que sentem prazer ao me rotular deveriam notar que há um paradoxo nisso tudo, isto é, o partido no qual elas votam, por crer que este faz algo pelos mais pobres, na verdade está, isto sim, no grupo dos mais conservadores, pois a política que usa para isso não faz nada mais que manter essas pessoas nessas condições ad aeternum, já que claramente não há investimento de infraestrutura para elas nem para o meio no qual vivem. E eu, que devagar e desde sempre, luto pelo avanço da educação (pois sou professor), da cultura (pois sou músico e escritor) e da comunicação (pois sou produtor audiovisual, radialista e jornalista), sou rotulado de conservador. É claro que muitas pessoas podem atuar nessas áreas e não fazer nada pela melhoria da sociedade, mas quem me conhece sabe meu histórico no que se refere a trabalhos sociais.

Minhas referências, pode crer!, estão mais em Platão, Santo Agostinho, Pascal, Adam Smith, Malthus, Kierkegaard, Dostoievski, Machado de Assis, Kafka e Keynes, e menos (ou nada, apesar de tê-los lido muito!) em Aristóteles, Anthony Ashley Cooper Jr. (3º Conde de Shaftesbury), Voltaire, Rousseau, Marx, (apesar de haver divergências entre Marx e Rousseau, como a implantação da eleição presidencial direta – proposta de Rousseau –, a qual Robespierre tentou introduzir, sem sucesso, na França do século XVIII, e à qual Marx se posicionou contra em 1848, quando ela de fato foi implantada na Revolução das primeiras Comunas de Paris), Engels, Sartre e Foucault.

Assim, coloco-me à disposição, aos que gostam de me rotular, para debater qualquer tema relacionado à cultura, à educação, à comunicação, à política, à filosofia, à economia, à ética e moral e à história.

Ps. Caso haja interesse sobre o que abordei neste artigo a respeito de política partidária e programas políticos, basta ler o livro que publiquei em 2014 sobre o assunto: “Ensaios sobre o Mundo Pós-Moderno”; ou se ainda quiser saber mais sobre o que escrevi no primeiro parágrafo deste artigo sobre nós, ocidentais, termos alterado a matemática das escalas sonoras naturais, leia meu livro: “Manual das Relações entre Música e Matemática”; por fim, caso se interesse pelos temas relacionados à moral humana, leia meus livros: “Contos & Conflitos”, Infortúnios de uma Família” e “Solitude”.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

No fundo, eles odeiam a liberdade

O objetivo deste artigo é refutar críticas infundadas e desonestas aos EUA, no que se refere, sobretudo, ao Oriente Médio. No entanto, para tal se faz necessário fazer, brevemente, um panorama na história do século XX. Sigamos.

No início do século em questão, o Império Austro-Húngaro vivia sob forte inflação e descontentamento geral da sociedade. O imperador Francisco José, então, foi morto por um dos inconformados, o qual objetivava, assim, pôr fim à dinastia. Francisco fora morto em uma de suas colônias, a Bósnia, a qual era um território de grande proximidade do Império Russo. Desta maneira, o Império Austro-Húngaro, injustamente, atribuiu a morte de seu imperador à Rússia, que foi atacada sem titubeio. Estava iniciada a Primeira Guerra Mundial.

Do lado do Império Austro-Húngaro estavam, entre outros, a Turquia e a Alemanha, os quais guerrearam contra os Aliados (EUA, França, Inglaterra, Japão etc.). A Tríplice Aliança perdeu a guerra para a Tríplice Entente (Aliados), os quais, por sua vez, como vencedores, dividiram as colônias dos perdedores, as quais incluíam a Península Arábica (Israel, Iraque, Jordânia etc.) A possessão que os Aliados fizeram naquela região, até a independência de cada um deles, foi, claramente, um bom negócio para o lugar, pois, do contrário, aqueles países ainda poderiam ser colônias da Turquia, e tudo seria uma grande roça. Mesmo assim, nasce o ódio dos islâmicos aos EUA.

Com a perda da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha assinou um tratado, o qual a proibia de possuir exército por tempo indeterminado (Tratado de Versalhes). Essa, portanto, foi a porta para a Segunda Guerra Mundial. À época, um dos maiores economistas da história, o britânico John Maynard Keynes, abandonou a conferência, que resultou no Acordo de Versalhes, alertando o risco do tratado.

Alguns anos depois, em 1923, diante das dificuldades da Alemanha, Hitler, um agitador obscuro, tentou dar um golpe de Estado em Friedrich Ebert, episódio este que ficou conhecido por Golpe da Baviera, e por essa tentativa foi condenado a cinco anos de prisão, dos quais ficou menos de um.

Em 1932, Hitler foi candidato à Presidência da Alemanha, mas perdeu para Paul von Hindenburg, o qual foi reeleito. Hindenburg dissolveu o parlamento por duas vezes naquele ano, e, apesar da aversão que tinha por Hitler, o nomeou como chanceler. Após a morte do então presidente, em 1934, Hitler, aproveitando o ensejo, deu um novo golpe e se autonomeou Führer (presidente e chefe de Estado). Em seguida, Hitler fez um plebiscito no país com a intenção de permanecer no poder, e teve o apoio de mais de 80% da população. A partir disso, exigiu de todos os oficiais e membros das forças armadas um juramento de fidelidade.

Em 1935, Hitler repudiou o Tratado de Versalhes e reintroduziu o serviço militar obrigatório. Então, o acordo de Versalhes foi quebrado, e seu exército se envolveu em diversos conflitos, como a Guerra Civil Espanhola.

Nos anos seguintes, Hitler objetivou expandir seu território e transformá-lo numa grande Alemanha, e invadiu países vizinhos. Estava aberta a Segunda Guerra Mundial. Nessa etapa, os EUA fecharam os olhos, pois a Alemanha era boa cliente do país. Mas, à medida que tudo foi se intensificando, os países aliados (nos quais o Japão se incluía) passaram a cobrar posição estadunidense. Acontece que o Japão tinha no Ministério das Relações Exteriores, Yosuke Matsuoka, o qual divergia de seu imperador, inclusive no apoio dos Aliados, e montou uma ala para atacar Pearl Harbor, em 1941. Assim, portanto, o Japão acabou, através de seu ministro, se rebelando contra os Aliados.

Os EUA não atacaram de volta do jeito que a maior parte das pessoas pensa. Primeiramente, o país foi provocado, perdendo 21 navios e 347 aviões..., e o principal, vendo aproximadamente 2500 pessoas mortas e 1200 pessoas feridas. Em segundo lugar, o governo americano avisou o Japão que se os ataques não cessassem, eles contra-atacariam. Durante meses, os EUA despejaram no Japão mais de 60 milhões de folhetos advertindo os civis dos ataques que eles sofreriam.

O Japão não recuou e, quatro anos após o ataque de Pearl Harbor, os EUA atacaram Hiroshima, e os avisou que se o Japão não recuasse atacariam Nagasaki. Assim, portanto, foi feito. O terceiro aviso foi ameaçando Tóquio, só desse jeito o Japão respeitou, e Tóquio foi preservada.

Nessa fase, na URSS, Lênin já havia morrido e Stalin estava no poder. Aproveitando a fragilidade japonesa, invadiu o Japão visando sua colônia, a Coreia. A Segunda Guerra Mundial já havia acabado, com a vitória novamente dos Aliados. Os EUA, vendo a URSS se aproveitar de sua vitória no país oriental, não aceitaram e também invadiram a Coreia, permanecendo instalados no sul, enquanto a URSS ficava no norte. Durante os três anos seguintes (1950-1953) houve a Guerra da Coreia, a qual foi dividida entre Norte e Sul, respectivamente tomada então pela URSS – com o apoio da República Popular da China – e pelos EUA e aliados – vencedores da Segunda Guerra. – Assim estava posto à mesa também a Guerra Fria (entre 1945 e 1991, com a extinção da União Soviética), na qual os EUA defendiam a economia capitalista (representação da liberdade e da democracia) e a URSS, o socialismo, argumentando em defesa do proletariado e solução dos problemas sociais, o que na prática se mostrou contraproducente.

A Guerra da Coreia nunca terminou de fato, pois não houve pacto de fim, mas somente de trégua, e resultou na Guerra do Vietnã (1955-1975), como consequência.

Passando à frente.

O pai de Osama bin Laden possuía aproximadamente cinquenta empresas, as quais foram deixadas para o filho. Aponta a história que sua família tinha grande sociedade com a família Bush. Assim, se iniciam os confrontos entre ambos.

Após o ataque de 2001, nos EUA, o governo Bush invadiu o Afeganistão (lugar onde estava alojado Bin Laden) e o Iraque, para lhes tomar as armas químicas, pois estas tinham o objetivo de destruir os Aliados. Mas antes de invadir, Bush esperou autorização da ONU. Após dois anos, resolveu não mais esperar e invadiu. Mas esse tempo fora suficiente para Saddam Hussein as esconder. Assim, quando os EUA invadiram, nada encontraram, pensando não mais existir, e somente em 2014 descobriu-se que eles ainda possuíam as tais armas, mas a imprensa conseguiu esconder, já que o NYT tem convergência com os Democratas. Os EUA, ainda, invadiram o Iraque, pois a Al-Qaeda lá agia, e, por constatação, Walker Bush pensava que Hussein protegia o grupo.

Deve-se ficar claro que os EUA não possuem armas químicas, pois estas são proibidas. Também, diferentemente do que dizem os que expelem ódio pela maior potência do mundo, os EUA não fornecem armas para país nenhum guerrear, mas quem vende as armas são as empresas, as quais possuem liberdade para tal. Assim como a Rússia vende armas para a Síria, o Irã, entre outros. Inclusive, o Brasil sempre, enquanto perdurou tal indústria, vendeu armas para fora. Todo país do mundo – exceto o Vaticano, que não possui nacionais – tem poder destruidor, pois todo país tem Força Armada. Diferentemente do que uma vertente afirma, os EUA não estão em todas as guerras, cito, por exemplo, a Guerra da Bósnia.

Muitos ainda criticam a forma brutal com que soldados americanos agem nos países com os quais conflitam. Talvez as pessoas se baseiem em falácias de pessoas como o documentarista nauseante Michael Moore e seu documentário Fahrenheit. O que essas mesmas pessoas não são capazes de perceber é que guerra é guerra, e o mais forte vence. Por que não se critica então o Brasil, no que se refere à Guerra do Paraguai?

A verdade nua e crua, é que eu nem deveria gastar meu tempo em escrever tudo isso, pois é muito claro o motivo real do ódio que uma vertente da população tem pelos EUA: ódio ao capitalismo. Essas pessoas não se conformam com o sistema que prevaleceu no mundo; não se conformam que o capitalismo, apesar das mazelas, funcione e o socialismo tenha se mostrado até então um evidente fracasso. Já o ódio que o Oriente Médio tem dos EUA, além do já citado pelo artigo, é claramente ódio ao mundo Ocidental, o qual respeita a democracia e liberdade, totalmente oposto ao que segue aquele mundo; acima de tudo soa como uma notória inveja de o mundo Ocidental ser, grosso modo, o que há de mais avançado, em aspectos gerais, no mundo.

domingo, 24 de maio de 2015

A escola rousseauniana

A escola rousseauniana, entre outros maus legados que deixou, explicou à humanidade que o homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe. Dessa forma, quando um bandido age, por exemplo, e mata um cidadão de bem, a culpa, grosso modo, não é dele apenas, mas de toda uma cultura que o transformou num delinquente. Assim, esses crápulas têm em mãos o motivo que lhes faltava para continuar a cometer atrocidades e serem reincidentes: a ausência de culpa, a priori. Além de contar, ainda, com o apoio dos ditos defensores dos direitos humanos. Uma piada!

A princípio, minha argumentação pode parecer liberal, conservadora, direitista (o que encaro com indiferença), como queiram rotular os pseudo-intelectuais. Contudo, não penso ser a solução exterminar os maus-caracteres do mundo – o que, de certa forma, não seria tão ruim assim, mas esforço-me para tratar o assunto com impessoalidade –, pois isso não contribuiria muito com as mazelas que nos contaminam. Tampouco penso que seja salutar misturar bandidos de maior e menor idade. Assim, também, não vejo ser, de certa forma, saudável a redução da maioridade penal, de 18 para 16 anos – assunto em voga no país. – Sei que os motivos que me levam a possuir tal posição não são os mesmos que levam a tê-la qualquer dito cujo dessa esquerda asquerosa moderna. Sou, de algum modo, contra a redução da maioridade penal, mas totalmente a favor ao fim da anistia, o que resulta na soltura do menor quando este completa 18 anos. Ele deve, sim, continuar a cumprir pena, e mais que isso, deveria trabalhar para sustentar seu ser enquanto preso, o que, consequentemente, poderia ajudar a educá-lo – se é que é possível! (É claro que, à medida que vejo tal gentalha esquerdista do mundo moderno defender algo, dói na alma ir à mesma mão.)

“O homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe.” Quem forma uma sociedade senão um coletivo de homens? Isto é, o homem nasce bom, mas quando se junta a outros homens, todos hão de se corromper? Ou por outra: o próprio homem, bom, corrompe seu semelhante? Então a assertiva incorre em contradição! Logo, não era Rousseau quem estava certo, mas Hobbes, ao dizer o oposto.

Talvez Rousseau, ao dizer suas bobagens, as quais penetraram na cabeça dos fracos, tentava se livrar da culpa de ter abandonado todos os seus filhos em um orfanato... Mas afinal a culpa não era dele! Ele os abandonou para arrumar tempo de escrever seus proselitismos em nome de um bem maior. O que talvez ele não tenha percebido é que não há bem maior sem as pequenas bondades do cotidiano – como cuidar e educar pessoalmente seus filhos –, as quais, juntas, sim, são capazes de formar um bem maior. Apesar do clichê, não deixa de ser cabível. Ele teria feito um bem maior à humanidade caso tivesse ficado calado.

Rousseau era aquele cara, segundo afirma Burke, que amava a humanidade e detestava seu semelhante. Rousseau praticava o que Burke chamava de teorias de gabinete. Ou seja, ficava em seu escritório pensando que entendia como é o homem, qual é o problema dele, como resolver tais problemas e como o mundo deve ser. Como se o ser humano fosse um robô ou facilmente compreensível.

Segundo o pensamento do teórico francês, quanto mais pobre ou mais incapaz for um homem, menos corrompido ele será. Isto é, quanto mais o ser humano se dilua num grupo, melhor será sua natureza originariamente boa. Assim, durante os séculos, surgiu a ideia de que quanto mais se pensa no coletivo, quanto mais de esquerda uma pessoa for, melhor ela é, mais bondosa ela é. Não obstante, a realidade nos mostra algo diferente, pois o homem não é esse ser maravilhoso por natureza. O homem é o que ele é, e pode ser capaz de muitas coisas.

Em Rei Lear, Shakespeare diz que era muito comum se culpar as esferas celestes, o Sol, os planetas, por todas as bobagens que todo mundo comete.

Culpar a sociedade por todas as chagas que afetam as pessoas é um movimento lógico e filosófico que retira do ser humano a culpa, a dor e o sofrimento de ser responsável por si mesmo, e aloca a responsabilidade no outro. Tudo isso é, ainda, um passo atrás inclusive da antropologia judaico-cristã, na qual existe uma contradição interior no ser humano, que é a noção de pecado, orgulho, poder etc. Na herança rousseauniana isso não existe, e a responsabilidade é, por exemplo, da classe social – como, posteriormente, disseram os marxistas –, da sociedade, do grupo etc., e o ser humano enquanto tal é só vítima. O resultado disso é transformar as pessoas em seres cada vez mais irresponsáveis e infantis.

Temos de ter claro, também, que uma coisa é falta de oportunidade por inúmeros motivos, outra é índole, inata em qualquer ser humano.

Diante de uma educação criminosa e demagógica, que vigora, sobretudo nos países latino-americanos, o suposto bandido não deixa de ser vítima da proposta e do oportunismo do Estado, mas isso evidentemente não lhe dá aval para cometer atrocidades. Portanto, jogar no mesmo saco bandido e vítima, chega a ser irrisório, mesmo que concordemos que todos, sem exceção, somos vítimas dos crimes que sofremos nas mãos desse Estado irresponsável e atroz que vige nosso país em troca de poder, única e exclusivamente.

terça-feira, 5 de maio de 2015

Os "professores" baderneiros do PR

Há alguns dias escrevi sobre a situação da greve dos “professores” baderneiros, no Paraná. Como era de se esperar fui massacrado. Vamos lá.

Primeiramente, a greve foi considerada ilegal pela justiça, por não haver objeto nem objetivo. Mas sabemos que o PT é mestre em desqualificar decisões judiciais, quando estas não convêm o partido, obviamente (vide o mensalão).

Em segundo lugar, para tentar se reerguer de uma crise irretornável e mudar o foco ininterrupto de sua corrupção incessante, o Partido dos Trabalhadores proliferou a ideia de que o governo do PR (PSDB) roubaria a contribuição dos servidores. É claro que é mentira. O que foi contribuído não se perde, a previdência está na lei. O que foi aprovado, legitimamente pela Assembleia Legislativa, foi uma mudança de administração previdenciária. Assim, 33.556 beneficiários com 73 anos ou mais deixarão de receber do Fundo Financeiro (bancado pelo governo) e passarão a receber pelo Fundo Previdenciário (composto por contribuição de servidores estaduais). Nesse modo, o governo do PR pretende economizar 1,5 bilhão em um ano, e em momento de crise (motivada unicamente por má gestão petista nos últimos anos), qualquer economia é bem aceita. Ainda, o PR é um dos Estados mais prejudicados pelo repasse do governo federal, pois é o 5º que mais gera recursos para a União, mas o 26º na hora de receber investimentos federais. Ainda assim, possui um dos maiores salários para professores do país. Nos últimos quatro anos, o governo o reajustou em 60%, ante uma inflação de 25%, sem contar a hora-atividade.

Retomo a questão da previdência.

No Estado de São Paulo é assim há muitos anos. Ser contra ou favor de autarquias administrando é outra história. Mas misturar aposentadorias com pensões é bandalheira. Assim era em SP e no PR. Em SP hoje existe, no Estado, o SPPREV, antigo IPESP – responsável hoje por pensões; e no município de São Paulo, o IPREM.

O Fundo para o qual os servidores paranaenses estão sendo transferidos é o maior Fundo capitalizado do país, e vai separar o que é aposentadoria do que é pensão, organização essa indispensável para uma boa transparência. O governo federal, por sua vez, nem fundo tem. O INSS é uma das maiores canalhices que existem, pois mistura tudo e para diversos fins: o dinheiro, por exemplo, que o celetista contribui vai para o servidor público.

Não existe greve trabalhista no PR, mas política. Veja, por exemplo, quem estava no palanque: a ex-ministra Gleisi Hoffmann (envolvida na Operação Lava Jato). Quanta moral!

E por outra: quem é o PT, ou quem nele votou, para vir falar de direitos trabalhistas? Tive de ouvir na última eleição, que o Aécio, caso eleito, reduziria direitos trabalhistas, e o que vem fazendo a inescrupulosa presidente com os direitos dos trabalhadores? Deveria ser impichada só pela farsa e estelionato eleitoral.

Em 2003, o então presidente Lula fez uma mudança previdenciária no país, a qual, esta sim, prejudicou os servidores públicos, que passaram a ter de trabalhar cinco anos a mais para se aposentar. A mulher que contribuía 25 anos, passou a contribuir 30 anos; e o homem que contribuía 30 anos, passou a ter de contribuir 35 anos. Mas o pior ainda foi o que a lei fez para quem estava para se aposentar, e não teve opção, isto é, o contrato antigo foi rasgado e o servidor em questão teve de passar ao novo contrato, obrigatoriamente. Que fique claro que todas as mudanças previdenciárias desse tipo ao redor do mundo, nesses casos, negociaram com o servidor, e jamais se rasgou qualquer contrato. Inclusive fez isso o próprio o ditador chileno Pinochet. Na mudança de Lula, ainda, o servidor público deixou de se aposentar com salário integral.

Para quem não sabe, esses “privilégios” que o servidor público tem (ou tinha, dependendo do mérito de hoje), como estabilidade, cinco anos a menos de contribuição etc., vêm de Castelo Branco. Quando, em 1965, foi criado o FGTS para trabalhadores no regime CLT, este fundo não atingia o funcionalismo público, pois o governo não tinha meios de bancá-lo, assim então esses servidores tiveram essa compensação.

Para concluir, não posso deixar de falar da PM do PR. Todos nós sabemos que sempre que o PT está envolvido em manifestações em Estados regidos pelo PSDB, a solução é sempre a mesma: fazer a PM de culpada, para assim atingir o governo. Foi assim em SP em 2013. Os crápulas, por exemplo, dos Black Blocs não são infiltrados, mas, sim, parte integrante das manifestações. (Por que eles não se infiltraram nas manifestações contra a Dilma? Porque seriam escorraçados. Por outro lado, são abrigados pelo PT e seus congêneres.) Assim, as manifestações promovidas por braços do PT, como sindicatos, CUT etc., têm sempre a intenção de vencer no braço. Por que não há greve onde o PT governa? No RS (depois de quatro anos de petistmo), o professor não recebe nem o piso nacional.

Reitero, a greve no PR foi considerada ilegal! Tais grevistas (bandidos disfarçados de professores) não têm respeito às leis. Não é constitucional se mascarar em manifestações (art. 5º da CF), não é constitucional destruir patrimônio público (art. 163 do Código Penal).
A PM, no PR, foi posta diante de duas alternativas: ou deixava a Assembleia Legislativa ser invadida e depredada, contrariando determinação judicial, ou reprimia os baderneiros. É evidente que se houve excesso por parte da polícia, que os PMs em questão respondam por isso. Mas não há de se negar que a PM é um dos entes que detém o monopólio do uso legítimo da força, prerrogativa esta que esses baderneiros não gozam.

terça-feira, 17 de março de 2015

O dia em que o fim deu sua partida

A tentativa desesperada de desqualificar a insatisfação de grande parte da população brasileira não funcionou! Os adjetivos mais escrachados e abjetos tentaram rotular aquela que foi a maior manifestação do país. Retrato-me, a tentativa funcionou, mas teve o efeito reverso. Serviu, sim, para potencializar a voz de, estas sim, pessoas honestas e trabalhadoras; pessoas que escolheram um domingo para protestar, porque sabem que dia útil é dia de labuta.

O PT perdeu sua hegemonia! Sua história é pautada em fazer oposição, e a fez em todos os governos que passaram pela Nova República, de Sarney a Fernando Henrique Cardoso. E, por não estar acostumado a ser a bola da vez, está desnorteado... há tempos. Não sabe como agir diante dessa realidade; a presidente, e jamais presidenta – muito mal assessorada, diga-se de passagem –, passa seus dias a dizer bobagens, e a cada bobagem proferida, protesto nela! A presidente nada mais é que uma pessoa acuada em seu castelo de areia, como desde sempre; a presidente nada mais é que alguém com medo, e uma pessoa com medo pode ser muito perigosa. “Somos escravos das palavras proferidas e senhores das não pronunciadas.” Caso a equipe de nossa sitiada presidente tivesse o conhecimento e entendimento do aforismo supracitado, soltaria, no máximo, uma nota para elogiar a democracia e pacificidade que ocorreram nesse dia 15. Mas, não, mandou seus emissários para dar longa entrevista se opondo às pessoas que sustentam o país. Gênios não se encontram em qualquer lugar!

“Se a pessoa não quer ser pressionada, não quer ser criticada, não quer que falem dela, não dá para ser presidente da República”, disse Dilma a Marina Silva durante a última campanha eleitoral.

Ditaduras, senhores, não se dão somente com tanques, muitas vezes se dão através de eleições livres. Reacionarismo é defender países que coíbem a liberdade de expressão; reacionarismo é apoiar países cujo presidente possui nas mãos poder de imperialista; reacionarismo é chamar de golpe uma manifestação assegurada pela Constituição. Golpe é rasgar a lei; golpe é tentar coibir alguém de se opor de forma legal. Tentar desqualificar a oposição é tentar impor uma ditadura, pois um país democrático não existe sem oposição.

Dessa vez, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, não criticou a polícia do Estado de São Paulo, e eu sei a razão: dessa vez, não houve balbúrdia, pois a manifestação foi feita, sob uma ótima genérica, por gente civilizada, gente de bem. É evidente que a maior parte das pessoas que lá estavam a protestar de forma limpa, não é a elite do país, e mesmo se fosse, qual seria o problema? É crime ser da elite? Crime, senhores, é o que o Partido dos Trabalhadores fez com nosso país nos últimos doze anos; crime é jogar na conta do cidadão os custos da má gestão do último mandato, regido por ninguém menos que a própria Dilma Rousseff; crime é o estado em que deixaram nosso maior patrimônio: a Petrobras. E, obviamente, dar-me-ei a liberdade de isentar-me de dar respostas para afirmações do tipo “não é só o PT”, pois de clichê e mentiras já basta a vida em sua integralidade. Este artigo não tem a missão de refutar bobagens de gente que carece de intelecção; não há espaço aqui para debater política de Hamurabi a Dilma.

O impeachment, que muitos pediam nas ruas desse dia 15, tem, sim, base legal. Portanto, protestar com esse objetivo, não é buscar um terceiro turno ou dar um golpe. O mesmo diploma que torna legítimo o mandato da presidente estabelece, no inciso V do artigo 85, que atentar contra a probidade da administração implica crime de responsabilidade. E então basta consultar o artigo 9º, inciso III, da lei 1.079, a Lei do Impeachment. Lá consta que é crime contra a administração “não tornar efetiva a responsabilidade de seus subordinados, quando manifesta em delitos funcionais ou na prática de atos contrários à Constituição”. A propósito: a folia com o Orçamento também é matéria de impeachment (inciso VI do artigo 4º da lei 1.079 e do artigo 85 da Constituição). O parágrafo 4º do artigo 37 cerca a presidente: “Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública […]”. Dilma entregou a Nestor Cerveró a direção financeira da BR Distribuidora mesmo sabendo quem ele era. Ministra de Estado em 2009, foi a público para desmoralizar a CPI e exaltar a excelência da contabilidade da Petrobras. Golpe, meus caros, seria rasgar a Constituição, esta que o PT negou-se a homologar em 1988.

Diferentemente do que afirmaram os ministros do governo Dilma na coletiva que deram na pós-manifestação, não havia somente eleitores de oposição, basta ver o quanto está a popularidade da presidente. No fim de 2014, mais de 40% consideravam seu desempenho bom ou ótimo, hoje está em apenas um dígito. Penso que isso desmonta a tese de seus emissários de Estado. Mas vamos supor que a manifestação tivesse sido feita por apenas pessoas que votaram na oposição. E daí? Qual seria o problema? Um presidente da República é eleito para governar para todos!

Algumas observações, ainda, devo atentar: nesse dia 15, dissemelhantemente do que ocorreu em 1992, quando os manifestantes vestiram preto, a população foi para as ruas vestida de verde e amarelo – o que penso, devo admitir, ser meio cafona –; a população, nesse dia 15, foi para as ruas feliz, eu não chegaria a tanto, não somente por não ser adepto de certo tipo de felicidade, mas por não ver razões para isso diante dos fatos; a população rejeitou partidos políticos, algo que penso ser perigoso – quem conhece um pouco de história entenderá.

Contudo, foi uma manifestação legítima, e feita, reitero, por gente de bem; pessoas que dispensam o paternalismo e a demagogia que tomaram a América Latina de uma forma devastadora e, talvez, sem cura, ao menos enquanto o sistema presidencialista perdurar, ou enquanto o PT – não só composto por gente corrupta, como pode haver em qualquer partido ou instância pública ou privada, mas por ser corrupto em si – estiver à frente de nossa nação.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

A água além de SP

De certa forma, é um tanto difícil escrever o que irei escrever, pois a maior parte do que hei de expor aqui vai na contramão do que é noticiado. Mas vamos lá.

É consenso, sim, que vivemos uma dificuldade no campo hídrico. Praticamente, inclusive, o mundo todo o vive. A China, por exemplo, secou o Rio Amarelo. Nos EUA, não cessam brigas jurídicas em decorrência da seca. O Texas processa o Novo México e o Colorado pelo uso da água do Rio Grande, o qual passa pelos três Estados. A Califórnia é o Estado mais castigado pela seca no país, e algumas cidades já adotaram racionamento. Os ingleses estão atravessando a pior seca do século, e em momentos assim, moradores que desperdiçam água, como, por exemplo, através do uso de mangueiras, podem receber multas que ultrapassam os quatro mil reais. O Brasil possui, em toda sua extensão, aproximadamente 1200 municípios com problemas de abastecimento de água.

Tive de fazer esse pequeno prólogo para deixar claro que o problema da escassez de água não é só do Estado de São Paulo, como desejariam os petistas e afins. Mas as críticas sobre o governador do maior Estado do país não cessam, e o mais indecoroso é que tais críticas são direcionadas somente a ele. É claro que o terrorismo possui intenções políticas. Nem gosto muito do termo “falta de água”, pois essa “falta”, a qual tantos se referem, não existe. Desde que o assunto virou moda, não houve, por exemplo, nenhum período em que se passou um mês sem chuva. O que existe é uma escassez, o que, é claro, não torna o problema menos grave. Falta de água foi o que houve em 1969, ano este em que ficou aproximadamente seis meses sem chuva na cidade de São Paulo. Nesta época, porém, a cidade ainda não era coberta por asfalto, e o solo, em épocas de chuva, fazia o trabalho de armazená-la, por isso, onde se cavava achava-se água em demasia. Hoje, nem ao menos é salutar tentar retirar água do solo, pois a pouca água que existe há de estar contaminada, em decorrência de tantas e tantas indústrias que se instalaram na cidade nas últimas décadas.

Há dois anos, ninguém falava sobre falta de água, nem tampouco do nível de represas como a Cantareira. Não falavam porque não havia risco de escassez; todas as represas estavam funcionando bem. Hoje, que o problema está à mesa, noticia-se que há mais de dez anos o problema era visível, e que o governo nunca se importou. Mentira! Infelizmente, as raras chuvas pegaram todos com certa surpresa, inclusive o governo federal. De 2011 para cá, houve mais de 240 apagões em decorrência de problemas de abastecimento nas hidrelétricas e também má gestão na área. Mas as críticas recaem somente sobre São Paulo.

A Sabesp nunca parou de fazer obras em São Paulo, como, por exemplo, desvio do rio de Piracicaba. Acreditar que São Paulo sobreviveria todos esses anos sem obras hídricas é mais que uma cretinice, é burrice.

Quase que diariamente, é noticiado que em São Paulo há 37% de vazamento de água. Não podemos discordar, mas o que não se noticia, é que desses 37%, um percentual que, com certeza, ultrapassa os 20%, é só de instalação irregular, isto é, desvio de água, no português claro, roubo de água. E não dá para separar o que é desvio do que é vazamento, e tudo entra no mesmo pacote.

É claro que não dá para depender somente da bondade da natureza – vide Israel –, mas dizer que não houve investimento é ignorância!, houve, sim, muito desmatamento e crescimento desordenado, isto é, a prefeitura, diariamente, libera “habite-se” para enormes condomínios com suas enormes caixas d’água, e a Sabesp que se vire para ceder água para todos; há invasão todos os dias pela cidade, e a Sabesp que se vire em fornecer água. Mesmo para o Estado mais rico do país fica difícil dar conta do exacerbado crescimento demográfico. Quem discorda, nunca leu Thomas Malthus, primeiro professor de economia da história.

E por que o governo nunca limpou o Rio Tietê? Pois bem, esse era o grande projeto do então governador, entre 2007 e 2010, José Serra. Mas, como deve ser sabido, é um projeto muito caro e complexo, que envolve, inclusive, muitos municípios do Estado, pois o rio tem nascente em Salesópolis. E para que o projeto dê certo, é preciso contar com a colaboração de todos os prefeitos e suas empresas de serviços públicos na área hídrica e de saneamento, pois é preciso despoluir inúmeros córregos que desembocam no rio. Assim, o governador de SP, na época, encontrou um entrave no município de Guarulhos (comandado pelo PT há mais de uma década, e, diga-se de passagem, com abastecimento de água municipalizado, e não da Sabesp). Guarulhos, portanto, não aceitou ceder a um projeto de um oponente político. Então, por conta de um crápula chamado Elói Pietá, o projeto não pôde continuar. E mesmo se o Rio Tietê estivesse límpido como todos gostariam, seria muito difícil mantê-lo assim devido a tantas invasões de terra nas beiras de córregos e a tanta falta de bom senso das pessoas, que ainda não aprenderam que não se suja vias públicas.

Por que então o governador eleito, Geraldo Alckmin, falou que não haveria racionamento, e hoje possui outro discurso? Qualquer ser de bom senso evita o racionamento ao máximo, e não é por conta de criar eleitores inimigos, mas porque o racionamento cria diversos problemas. Um deles é que as pessoas, nessas situações, costumam estocar água, e assim se gasta muito mais; outro fator é que racionamento prejudica as tubulações, pela intermitência de passagem de água. Racionamento é só mesmo em último caso. Antes da eleição, o candidato à reeleição afirmou que até abril de 2015 haveria água, e a partir de então, as medidas que seriam tomadas poderiam variar dependendo da situação em que estivesse. Portanto, não houve mentiras na campanha.

Há mais de um ano, a Sabesp tem pedido que as pessoas economizem água, e tanto ela como o governador nunca negaram problemas nesse campo. Diferentemente do que fez nossa presidente com a energia elétrica. Para quem não lembra, há mais ou menos dois anos, ela deu um desconto irresponsável de aproximadamente 20% nas contas de luz, e isso arruinou as contas públicas. Com essa atitude, ela incentivou as pessoas a gastarem energia em demasia, pois como ela afirmava, com ela na presidência não haveria problema. Vide hoje o estado do país no campo hídrico e elétrico. Já se fala em racionamento de energia, pois as represas no âmbito federal não possuem água para fazer funcionar as hidrelétricas. E as contas de luz, que baixaram demagogicamente na época, hoje estão subindo o dobro do desconto dado há dois anos.

Portanto, quando leio críticas e mais críticas destinadas somente a Geraldo Alckmin, compreendo que a ignorância e racionalidade restrita do ser humano não têm limite.