segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Se uma escola não tem aula, escola não é

Após o caso, há aproximadamente um ano, da greve dos “professores” no Estado do Paraná, os quais, por sua vez, alegavam, falsamente, que o governo do Estado roubaria a contribuição daqueles servidores, o Paraná recebe mais uma paulada dos rebeldes sem causa. É claro que no caso passado nada seria roubado, já que a Previdência está na lei. O que ocorreria era apenas uma mudança de administração previdenciária a fim de manter a saúde dos cofres públicos, já que a crise causada pelo Partido dos Trabalhadores nos últimos anos devastou os Estados. Entretanto, essa turma nunca soube fazer cálculos.


Atualmente, é muito fácil fazer críticas ao PT, já que este, finalmente, deixou sua farsa vir à tona, e caiu em desgraça frente à sociedade. O PT, hoje, não é mais que um zumbi que apenas convence seus pares fanáticos. Difícil era combater o PT quando ele era uma força hegemônica, e eu o fiz, mesmo tomando porrada de todos os lados; mesmo minha voz sendo uma voz praticamente isolada que ecoava somente em meu entorno. Adiante.


Um governante não pode ceder a pressões que objetivam apenas a desordem em favor de um partido político. Um governante deve dialogar, é claro, mas também deve ter pulso firme. Beto Richa, governador do Paraná, não o teve em 2015, e por isso é mais uma vez alvo dos indisciplinados. E sempre o será enquanto for um frouxo. Estou me referindo às novas invasões que as escolas públicas do Paraná estão sofrendo, impedindo, portanto, seu funcionamento; impedindo, consequentemente, a educação, a qual dizem defender. Desta vez, no entanto, os revolucionários de araque são contra a PEC do Teto e a MP do Ensino Médio. Apesar de as escolas invadidas estarem espalhadas Brasil afora, o Paraná é o maior palco. Quero deixar claro que também sou contra se mexer no ensino médio, pois a chaga da educação não está nele. Mas há várias formas de se protestar, sem, com isso, impedir as aulas da maioria. Um adendo a esta discussão: a questão no Brasil não é o quanto se investe em educação, mas como se investe, e aqui se investe mal.


Os grupos que se dizem de esquerda, os quais de esquerda não são, fazem barulho diante das propostas do governo Temer, presidente este que os tais grupos querem fora, depois, claro, de tê-lo colocado no poder como vice-presidente da República. Até aí, não há mal nenhum, pois conseguindo provar deslizes o suficiente para tirá-lo da cadeira na qual os próprios petistas o colocaram, a Constituição se encarregará do resto, assim como fez com Dilma.


Vamos a alguns números. Somente em 2015, ano em que a então presidente Dilma Rousseff escolheu o lema “Pátria Educadora”, o ministério da Educação cortou 10,5 bilhões, ou 10%, da educação. Cortes também foram feitos no Fies e no Pronatec. Cortes foram feitos no orçamento para a construção de creches, no Minha Casa Minha Vida, nos programas de saúde, entre outros.


Você, leitor, viu esses movimentos, como o Ocupa Paraná (como se o Paraná estivesse desocupado, sem ordem e sem lei) se manifestarem contra os tais cortes citados? Certamente não. Houve alguma manifestação a favor dos mais de 12 milhões de desempregados? Pelo contrário, esses movimentos querem a volta da presidente que levou o país à derrocada. Esses movimentos, que se dizem de esquerda, querem o status quo, expressão esta historicamente direcionada à direita, lado que esses movimentos estão de fato.


E sobre a morte que um dos invasores, menor de idade, foi acometido, causada, diga-se de passagem, por outro invasor? Algo a dizer? E sobre as máscaras que a maioria ousa usar para explicitar sua covardia? E sobre o medo de retaliação que os invasores têm de sofrer após a volta às aulas, como foi afirmado pelos próprios movimentos? (Revolucionários teriam medo de consequências?) Eles, os invasores, não passam de um bando de covardes mimados, que pensam ser homens, que pensam ser revolucionários; não passam, por fim, de massa de manobra sindical. Revolucionários, como se autodeclara a corja extremista e melindrosa contemporânea, têm ciência da transgressão da lei que cometem, e não ficam com discurso banal sobre o direito que possuem, no caso, a invasão. Não é de se causar espanto, não obstante, que esses grupelhos seguem a escola do neonazista iraniano Mahmoud Ahmadinejad, o qual, por sua vez, criou a invasão de prédio público.


Se uma escola não tem aula, escola não é.

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