sábado, 28 de novembro de 2015

Os Ahmadinejads de São Paulo

É claro e evidente que as pessoas e “estudantes” que hoje invadiram as escolas do Estado de São Paulo não estão preocupados com a educação, não estão interessados na melhoria de políticas educacionais, inclusive, como ponto periférico, enquanto alunos, a maior parte só faz desdenhar quem lhe ensina. Os jovens que invadiram as escolas estão:

1 – apenas preocupados em assegurar seu lugar físico de convivência (isto é, o bem-estar individual é mais importante que o bem-estar coletivo, existe algo mais conservador, vindo de quem se diz progressista?);

2 – servindo de massa de manobra do petismo e de grupelhos de extrema esquerda que desejam há anos, e sem sucesso, acabar com o governo do PSDB – a tese da água não funcionou. (Os politicamente corretos dirão que o termo “invasão” é errado, e que o termo correto seria “ocupação”, e blá-blá-blá, contudo, e com a devida vênia, eu quero que essas pessoas se danem!)

O MTST é um dos grupelhos ao qual me refiro. O que o chamado Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto tem a ver com educação? Nem Sócrates esclareceria, por que eu gastaria meu tempo? Avante.

Outra entidade que está à frente dessas invasões é a APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), comandada por Bebel Noronha, aquela que vive fazendo lavagem cerebral – em quem, obviamente, não tem cérebro – com o objetivo de convencer os jovens a não irem à escola (pouca contradição, vindo de quem se diz professora?), quando, por exemplo, ela (Bebel) organiza greves de professores.

Deu para perceber o porquê de eu afirmar que os tais protestos contra a reestruturação educacional em São Paulo nada tem a ver com educação? É tudo apenas política partidária e ideológica, quando não apenas interesse em bagunçar. Inclusive, nessas escolas invadidas, há bandeiras hasteadas de todos os tipos, e uma delas é a que contém o símbolo da anarquia; nessas escolas, vê-se mais gente adulta (militantes profissionais) que alunos; há inúmeras escolas invadidas que nem sequer serão alvos da reestruturação. Percebe o porquê de eu insistir que o intuito desses canalhas não é o de melhorar a educação? Esses oportunistas (os militantes, sejam “estudantes” ou não) não apenas invadiram prédios públicos, mas estão impedindo a escola de funcionar, e isso é grave! (Evidentemente, não haveria motivo para a invasão, não fosse objetivando paralisar seu funcionamento.) E agora?!, consegue entender a razão de eu reiterar que a preocupação deles não é com a educação? Alguém que se preocupa, de fato, com educação impediria uma escola de funcionar (mesmo sob protestos), sobretudo, na fase de fechamento de ano letivo? Protestos são, obviamente, legítimos, mas impedir uma escola de cumprir com sua função é coisa de bandido. Esses militantes, com essas atitudes, nos apresentam seu real perfil: o autoritarismo, à medida que colocam todos em sua agenda. Como? Se eu, por exemplo, sou estudante e não tenho nada contra a reestruturação, isso pouco importaria, pois eu estaria sendo impedido de frequentar as aulas do mesmo jeito, e, assim, estaria fazendo parte da agenda de autoritários, que não me deram opção.

Fui, pessoalmente, tentar conversar com alguns "estudantes" invasores de uma escola, a fim de escrever uma matéria sobre o assunto à Gazeta Cidadã, mas, ao apresentar-me (como jornalista), nitidamente, os jovens ficaram receosos e disseram que não estavam autorizados a falar. Quem os desautoriza? Não disseram. No entanto, deu para notar que possuem um líder. Todos acuados, porém, hostis; a maior parte mascarada. Por que temem mostrar o rosto? Covardia? Medo? Vale salientar que a Constituição, no artigo 5º, diz ser livre a manifestação, mas veda a anonimato, portanto, há duas infrações sendo cometidas ao mesmo tempo: invasão de prédio público e anonimato.

No fim, ficou claro que, na verdade, eles não querem dialogar, como se afirma por aí, só querem espalhar terror e ter seus quinze minutos de fama, o que, consequentemente, mostra seu enorme vazio de espírito. Esses jovens dizem lutar contra o fechamento de escolas, e seus métodos são... fechar escolas. Há coerência? Evidentemente, a educação não é o foco.

Qual será o adulto que está corrompendo esses jovens e os encarcerando numa escola sob a lavagem cerebral devastadora do pseudoprogressismo? Qual será o adulto que está fazendo esses jovens passarem frio, talvez fome, enquanto dorme em sua cama quente? Alguém do MTST ou da APEOSP? Esse adulto será punido? E mais, esses jovens não percebem que também estão inibindo a liberdade do caseiro da escola, mesmo que, em tese, esse caseiro tenha trânsito livre? Esses jovens serão punidos?

Todos os envolvidos, direta ou indiretamente, serão punidos por atentar conta a Constituição? Continuemos.

Numa situação de invasão, qual é a resposta mais comum do ente afetado, no caso a Secretaria de Educação? Entrar na justiça com pedido de reintegração de posse (o que acaba, também, sendo positivo para os militantes, que sempre veem nessa oportunidade razão para criticar outra instituição pública: a polícia). Mas quando a Secretaria entrou com o pedido, o que afirmaram os desembargadores, quando estes, ignorantemente, negaram a solicitação? Que não se trata de invasão, mas apenas de tentativa de negociação por parte dos alunos. Não se trata de invasão? O que vemos então é apenas uma miragem? E por outra: discutir razões técnicas de ensino com alunos é ignorar a função da própria educação. O que as pessoas querem?! Que o governador vá até a casa de cada uma delas para explicar sua proposta? Ou ainda: será mesmo que as pessoas, numa discussão, pensariam no que é melhor para a educação?, ou pensariam no que seria melhor e mais conveniente para si? O governo, além de planejar a reestruturação educacional, abriu, sim!, diálogo, mas com quem deveria, isto é, com as delegacias de ensino, as quais são responsáveis por fazer a mediação com as escolas. Não se pergunta a crianças ou adolescentes qual tipo ou modelo de educação eles preferem. “Duco” (latim), raiz da palavra “educação”, significa “conduzir”, acrescentando-se o “e”, possui o significado “de cima para baixo”, no sentido hierárquico. Essa abordagem pedagógica horizontal atual, defendida por pedagogos fajutos contemporâneos, só faz deturpar a educação, além de ir contra sua etimologia.

A fusão de ciclos foi determinada na reforma de 1971, durante o regime militar; Jarbas Passarinho era o ministro da Educação à época. Este, ainda, a título de informação, retirou música e desenho da grade curricular, complicando ainda mais a situação educacional; nessa fase, pois, surgiu a disciplina de educação artística. Desse modo, na década de 1990, no início do governo Covas, a Secretaria de Educação, chefiada por Rose Neubauer, reorganizou os ensinos primário e ginásio, hoje fundamentais I e II, respectivamente, separando-os por ciclos, como assim o era antes de 1971. A mudança, apesar de difícil, foi extremamente satisfatória, inclusive, países de primeiro mundo trabalham dessa forma, como os EUA, onde High School Jr. (ginasial) é separado de High School (médio). Mas na época, voltando ao governo Covas, não era possível, para os militantes, fazer das crianças, por serem crianças, (como eu, que fui um dos sujeitos passivos, pois estudava no ginásio público) massa de manobra. Adiante.

Além do motivo técnico, há também outros, como a evasão, ocasionada pela queda de natalidade, que é um fato; transferências para redes municipais ou privadas (no caso das privadas, com uma ajudinha extra da Rede Globo, que por anos fez propaganda de colégio particular, como na novela Malhação). Esses motivos que citei fizeram com que a demanda na rede pública diminuísse absurdamente, e, hoje, acabar com esse espaço ocioso é valorizar dinheiro público, sobretudo, numa época de recessão econômica, criada por quem? Ora essa, pelo partido no qual esses militantes votam, ou defendem, ou fazem aliança: o PT! Pouca contradição? Há escolas atualmente com 50% de ociosidade. Desde a chegada do novo século, a demanda do ensino público despencou de 6 milhões para 4 milhões; a rede pública, ainda, é capaz de atender a demanda de 6 milhões de alunos.(Só para constar, a demanda da rede privada também diminuiu.) Essa reestruturação, além de técnica, é economicamente necessária e oportuna. Além do mais, em prédios específicos, a divisão de ciclos mostra rendimento até 22% superior aos dos alunos que estão misturados com outras faixas etárias. Até o próprio petista, o ministro da Educação Aloizio Mercadante, é a favor da proposta do governo de São Paulo. Não é salutar, nem nunca foi, misturar crianças com adolescentes.

Os prédios não serão fechados, isso é discurso de pilantra, todos eles continuarão a serviços educacionais; nenhum aluno ficará sem vaga, todos serão transferidos para colégios próximos; nenhum professor perderá o emprego, mas, pelo contrário, foram chamados, nas últimas semanas, 5100 concursados; não haverá superlotação de salas de aula, como afirmam alguns tolos que não conhecem leis. Há uma lei estadual em São Paulo que exige o máximo de quarenta alunos por sala, isto é, o máximo de hoje continuará a ser o máximo de amanhã. Atualmente, há 1500 escolas de ciclo único, e a intenção é que esse número chegue a 2250. Hoje, sobram vagas para os ensinos fundamental e médio, e faltam vagas para creches (vide o desprezo do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, com as creches). Com essa reestruturação estadual, vários prédios serão destinados aos municípios – que já estão de olho –, para se aumentar, além de creches, pré-escolas e ensino técnico. Será que o PT, caso estivesse no poder estadual, daria uma forcinha para um opositor municipal, como ceder prédios para se construir creches?

Agora, brevemente, um pouco de história para fazer jus ao título deste artigo. Os tais invasores de prédios públicos pensam estar seguindo Lênin ou Che Guevara, mas quem inventou invasão de prédio público foi o neonazista Mahmoud Ahmadinejad, presidente iraniano entre 2005 e 2013. Sim, caro leitor, em 1979, ele era líder estudantil do curso de engenharia em Teerã. Ficou famoso e acabou virando presidente na eleição direta, 26 anos mais tarde. A invasão foi feita em 1979, quando o xá Reza Pahlevi, que tiranizava o Irã desde 1941, foi deposto pelo aiatolá Ruhollah Khomeini. Semanas depois que Ahmadinejad invadiu a embaixada americana, logo após o golpe de Khomeini, a Libelu invadiu a reitoria da USP (Universidade de São Paulo). Essa foi a primeira invasão de prédio por estudantes, no Brasil. A Libelu (Liberdade e Luta) foi um movimento estudantil brasileiro da década de 1970, ligado ao trotskismo. Portanto, esses estudantes atuais aqui de São Paulo, ao invadirem prédios públicos, nada mais são que espelhos da teocracia islâmica. Devo acrescentar, ainda, que Mussolini é quem recomendava a prática de se rebelar contra os pais e professores – nesse caso aos balillas, que eram as tropas infantis.

Não cabe aos estudantes se meterem em política executiva. Se eles desejam fazer política, devem usar o grêmio estudantil, que, afinal de contas, serve para isso. Portanto, enquanto os jovens são espelhos de Ahmadinejad, seus líderes são espelhos de Mussolini, que era o próprio fascismo, fascismo este que Gramsci chamava de subversão conservadora. Não há frase melhor para definir a atitude dos estudantes – rebeldes sem causa, como diria Ultraje a Rigor – de São Paulo, pois estes subvertem o sistema para mantê-lo no lugar em que está.

Volto ao tema. É preciso coragem para reestruturar serviços públicos. As pessoas vivem a cobram mudanças e melhorias, e quando um governo de fato se prontifica a fazê-las (baseadas em estudos técnicos, diga-se de passagem), grande parte opta pelo status quo. Existe algo mais conservador vindo de que pensa ser progressista?

A realidade é que as pessoas têm medo de mudança, inclusive esses alunos e militantes mimados, que temem perder amigos ao mudar de escola (essa é a real preocupação, além, claro, da bagunça jovial em si), amigos estes que, provavelmente, não terão mais notícias em dez anos, separando agora ou não. Atente-se às amarguras da vida, companheiro! Ela (a vida) não é como sua cabecinha idealista imagina ou deseja.

E, para finalizar, devo deixar claro minha repulsa, talvez pena, por gente que a vida toda estudou em colégio privado, e hoje pensa ser apto ou ter moral para se posicionar contra medidas de educação pública, pois a maioria nem sabe o que diz, visto que sempre passou longe de tais assuntos; a maioria sempre passou longe daqueles que sempre considerou plebe. Devo deixar claro, também, minha repulsa, talvez pena, por gente que a vida toda viveu na redoma de seu apartamento com seu videogame, e que nunca fez nada por sua comunidade, mas que hoje adora rotular de retrógrado quem tem um pensamento diferente do seu. Na cabeça desses pseudoprogressistas, um homem para ser progressista precisa ser a favor do aborto, a favor das drogas, a favor de um Estado Palestino, a favor do “casamento” gay, contra o Cristianismo, entre outras falácias contemporâneas. Para esses tolos, o que se pensa é mais importante do que o que se pratica. Esse é o progressismo dos mimados! Esse é o progressismo dos leitores de orelha peseudoesquerdistas que pensam contribuir com o planeta por andar de bicicleta (ou bike – o termo da moda) nos fins de semana.

O que gente assim acrescenta para o mundo? Nem Sócrates esclareceria, por que eu gastaria meu tempo? À vista disso, encerro aqui.

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