domingo, 24 de maio de 2015

A escola rousseauniana

A escola rousseauniana, entre outros maus legados que deixou, explicou à humanidade que o homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe. Dessa forma, quando um bandido age, por exemplo, e mata um cidadão de bem, a culpa, grosso modo, não é dele apenas, mas de toda uma cultura que o transformou num delinquente. Assim, esses crápulas têm em mãos o motivo que lhes faltava para continuar a cometer atrocidades e serem reincidentes: a ausência de culpa, a priori. Além de contar, ainda, com o apoio dos ditos defensores dos direitos humanos. Uma piada!

A princípio, minha argumentação pode parecer liberal, conservadora, direitista (o que encaro com indiferença), como queiram rotular os pseudo-intelectuais. Contudo, não penso ser a solução exterminar os maus-caracteres do mundo – o que, de certa forma, não seria tão ruim assim, mas esforço-me para tratar o assunto com impessoalidade –, pois isso não contribuiria muito com as mazelas que nos contaminam. Tampouco penso que seja salutar misturar bandidos de maior e menor idade. Assim, também, não vejo ser, de certa forma, saudável a redução da maioridade penal, de 18 para 16 anos – assunto em voga no país. – Sei que os motivos que me levam a possuir tal posição não são os mesmos que levam a tê-la qualquer dito cujo dessa esquerda asquerosa moderna. Sou, de algum modo, contra a redução da maioridade penal, mas totalmente a favor ao fim da anistia, o que resulta na soltura do menor quando este completa 18 anos. Ele deve, sim, continuar a cumprir pena, e mais que isso, deveria trabalhar para sustentar seu ser enquanto preso, o que, consequentemente, poderia ajudar a educá-lo – se é que é possível! (É claro que, à medida que vejo tal gentalha esquerdista do mundo moderno defender algo, dói na alma ir à mesma mão.)

“O homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe.” Quem forma uma sociedade senão um coletivo de homens? Isto é, o homem nasce bom, mas quando se junta a outros homens, todos hão de se corromper? Ou por outra: o próprio homem, bom, corrompe seu semelhante? Então a assertiva incorre em contradição! Logo, não era Rousseau quem estava certo, mas Hobbes, ao dizer o oposto.

Talvez Rousseau, ao dizer suas bobagens, as quais penetraram na cabeça dos fracos, tentava se livrar da culpa de ter abandonado todos os seus filhos em um orfanato... Mas afinal a culpa não era dele! Ele os abandonou para arrumar tempo de escrever seus proselitismos em nome de um bem maior. O que talvez ele não tenha percebido é que não há bem maior sem as pequenas bondades do cotidiano – como cuidar e educar pessoalmente seus filhos –, as quais, juntas, sim, são capazes de formar um bem maior. Apesar do clichê, não deixa de ser cabível. Ele teria feito um bem maior à humanidade caso tivesse ficado calado.

Rousseau era aquele cara, segundo afirma Burke, que amava a humanidade e detestava seu semelhante. Rousseau praticava o que Burke chamava de teorias de gabinete. Ou seja, ficava em seu escritório pensando que entendia como é o homem, qual é o problema dele, como resolver tais problemas e como o mundo deve ser. Como se o ser humano fosse um robô ou facilmente compreensível.

Segundo o pensamento do teórico francês, quanto mais pobre ou mais incapaz for um homem, menos corrompido ele será. Isto é, quanto mais o ser humano se dilua num grupo, melhor será sua natureza originariamente boa. Assim, durante os séculos, surgiu a ideia de que quanto mais se pensa no coletivo, quanto mais de esquerda uma pessoa for, melhor ela é, mais bondosa ela é. Não obstante, a realidade nos mostra algo diferente, pois o homem não é esse ser maravilhoso por natureza. O homem é o que ele é, e pode ser capaz de muitas coisas.

Em Rei Lear, Shakespeare diz que era muito comum se culpar as esferas celestes, o Sol, os planetas, por todas as bobagens que todo mundo comete.

Culpar a sociedade por todas as chagas que afetam as pessoas é um movimento lógico e filosófico que retira do ser humano a culpa, a dor e o sofrimento de ser responsável por si mesmo, e aloca a responsabilidade no outro. Tudo isso é, ainda, um passo atrás inclusive da antropologia judaico-cristã, na qual existe uma contradição interior no ser humano, que é a noção de pecado, orgulho, poder etc. Na herança rousseauniana isso não existe, e a responsabilidade é, por exemplo, da classe social – como, posteriormente, disseram os marxistas –, da sociedade, do grupo etc., e o ser humano enquanto tal é só vítima. O resultado disso é transformar as pessoas em seres cada vez mais irresponsáveis e infantis.

Temos de ter claro, também, que uma coisa é falta de oportunidade por inúmeros motivos, outra é índole, inata em qualquer ser humano.

Diante de uma educação criminosa e demagógica, que vigora, sobretudo nos países latino-americanos, o suposto bandido não deixa de ser vítima da proposta e do oportunismo do Estado, mas isso evidentemente não lhe dá aval para cometer atrocidades. Portanto, jogar no mesmo saco bandido e vítima, chega a ser irrisório, mesmo que concordemos que todos, sem exceção, somos vítimas dos crimes que sofremos nas mãos desse Estado irresponsável e atroz que vige nosso país em troca de poder, única e exclusivamente.

terça-feira, 5 de maio de 2015

Os "professores" baderneiros do PR

Há alguns dias escrevi sobre a situação da greve dos “professores” baderneiros, no Paraná. Como era de se esperar fui massacrado. Vamos lá.

Primeiramente, a greve foi considerada ilegal pela justiça, por não haver objeto nem objetivo. Mas sabemos que o PT é mestre em desqualificar decisões judiciais, quando estas não convêm o partido, obviamente (vide o mensalão).

Em segundo lugar, para tentar se reerguer de uma crise irretornável e mudar o foco ininterrupto de sua corrupção incessante, o Partido dos Trabalhadores proliferou a ideia de que o governo do PR (PSDB) roubaria a contribuição dos servidores. É claro que é mentira. O que foi contribuído não se perde, a previdência está na lei. O que foi aprovado, legitimamente pela Assembleia Legislativa, foi uma mudança de administração previdenciária. Assim, 33.556 beneficiários com 73 anos ou mais deixarão de receber do Fundo Financeiro (bancado pelo governo) e passarão a receber pelo Fundo Previdenciário (composto por contribuição de servidores estaduais). Nesse modo, o governo do PR pretende economizar 1,5 bilhão em um ano, e em momento de crise (motivada unicamente por má gestão petista nos últimos anos), qualquer economia é bem aceita. Ainda, o PR é um dos Estados mais prejudicados pelo repasse do governo federal, pois é o 5º que mais gera recursos para a União, mas o 26º na hora de receber investimentos federais. Ainda assim, possui um dos maiores salários para professores do país. Nos últimos quatro anos, o governo o reajustou em 60%, ante uma inflação de 25%, sem contar a hora-atividade.

Retomo a questão da previdência.

No Estado de São Paulo é assim há muitos anos. Ser contra ou favor de autarquias administrando é outra história. Mas misturar aposentadorias com pensões é bandalheira. Assim era em SP e no PR. Em SP hoje existe, no Estado, o SPPREV, antigo IPESP – responsável hoje por pensões; e no município de São Paulo, o IPREM.

O Fundo para o qual os servidores paranaenses estão sendo transferidos é o maior Fundo capitalizado do país, e vai separar o que é aposentadoria do que é pensão, organização essa indispensável para uma boa transparência. O governo federal, por sua vez, nem fundo tem. O INSS é uma das maiores canalhices que existem, pois mistura tudo e para diversos fins: o dinheiro, por exemplo, que o celetista contribui vai para o servidor público.

Não existe greve trabalhista no PR, mas política. Veja, por exemplo, quem estava no palanque: a ex-ministra Gleisi Hoffmann (envolvida na Operação Lava Jato). Quanta moral!

E por outra: quem é o PT, ou quem nele votou, para vir falar de direitos trabalhistas? Tive de ouvir na última eleição, que o Aécio, caso eleito, reduziria direitos trabalhistas, e o que vem fazendo a inescrupulosa presidente com os direitos dos trabalhadores? Deveria ser impichada só pela farsa e estelionato eleitoral.

Em 2003, o então presidente Lula fez uma mudança previdenciária no país, a qual, esta sim, prejudicou os servidores públicos, que passaram a ter de trabalhar cinco anos a mais para se aposentar. A mulher que contribuía 25 anos, passou a contribuir 30 anos; e o homem que contribuía 30 anos, passou a ter de contribuir 35 anos. Mas o pior ainda foi o que a lei fez para quem estava para se aposentar, e não teve opção, isto é, o contrato antigo foi rasgado e o servidor em questão teve de passar ao novo contrato, obrigatoriamente. Que fique claro que todas as mudanças previdenciárias desse tipo ao redor do mundo, nesses casos, negociaram com o servidor, e jamais se rasgou qualquer contrato. Inclusive fez isso o próprio o ditador chileno Pinochet. Na mudança de Lula, ainda, o servidor público deixou de se aposentar com salário integral.

Para quem não sabe, esses “privilégios” que o servidor público tem (ou tinha, dependendo do mérito de hoje), como estabilidade, cinco anos a menos de contribuição etc., vêm de Castelo Branco. Quando, em 1965, foi criado o FGTS para trabalhadores no regime CLT, este fundo não atingia o funcionalismo público, pois o governo não tinha meios de bancá-lo, assim então esses servidores tiveram essa compensação.

Para concluir, não posso deixar de falar da PM do PR. Todos nós sabemos que sempre que o PT está envolvido em manifestações em Estados regidos pelo PSDB, a solução é sempre a mesma: fazer a PM de culpada, para assim atingir o governo. Foi assim em SP em 2013. Os crápulas, por exemplo, dos Black Blocs não são infiltrados, mas, sim, parte integrante das manifestações. (Por que eles não se infiltraram nas manifestações contra a Dilma? Porque seriam escorraçados. Por outro lado, são abrigados pelo PT e seus congêneres.) Assim, as manifestações promovidas por braços do PT, como sindicatos, CUT etc., têm sempre a intenção de vencer no braço. Por que não há greve onde o PT governa? No RS (depois de quatro anos de petistmo), o professor não recebe nem o piso nacional.

Reitero, a greve no PR foi considerada ilegal! Tais grevistas (bandidos disfarçados de professores) não têm respeito às leis. Não é constitucional se mascarar em manifestações (art. 5º da CF), não é constitucional destruir patrimônio público (art. 163 do Código Penal).
A PM, no PR, foi posta diante de duas alternativas: ou deixava a Assembleia Legislativa ser invadida e depredada, contrariando determinação judicial, ou reprimia os baderneiros. É evidente que se houve excesso por parte da polícia, que os PMs em questão respondam por isso. Mas não há de se negar que a PM é um dos entes que detém o monopólio do uso legítimo da força, prerrogativa esta que esses baderneiros não gozam.

terça-feira, 17 de março de 2015

O dia em que o fim deu sua partida

A tentativa desesperada de desqualificar a insatisfação de grande parte da população brasileira não funcionou! Os adjetivos mais escrachados e abjetos tentaram rotular aquela que foi a maior manifestação do país. Retrato-me, a tentativa funcionou, mas teve o efeito reverso. Serviu, sim, para potencializar a voz de, estas sim, pessoas honestas e trabalhadoras; pessoas que escolheram um domingo para protestar, porque sabem que dia útil é dia de labuta.

O PT perdeu sua hegemonia! Sua história é pautada em fazer oposição, e a fez em todos os governos que passaram pela Nova República, de Sarney a Fernando Henrique Cardoso. E, por não estar acostumado a ser a bola da vez, está desnorteado... há tempos. Não sabe como agir diante dessa realidade; a presidente, e jamais presidenta – muito mal assessorada, diga-se de passagem –, passa seus dias a dizer bobagens, e a cada bobagem proferida, protesto nela! A presidente nada mais é que uma pessoa acuada em seu castelo de areia, como desde sempre; a presidente nada mais é que alguém com medo, e uma pessoa com medo pode ser muito perigosa. “Somos escravos das palavras proferidas e senhores das não pronunciadas.” Caso a equipe de nossa sitiada presidente tivesse o conhecimento e entendimento do aforismo supracitado, soltaria, no máximo, uma nota para elogiar a democracia e pacificidade que ocorreram nesse dia 15. Mas, não, mandou seus emissários para dar longa entrevista se opondo às pessoas que sustentam o país. Gênios não se encontram em qualquer lugar!

“Se a pessoa não quer ser pressionada, não quer ser criticada, não quer que falem dela, não dá para ser presidente da República”, disse Dilma a Marina Silva durante a última campanha eleitoral.

Ditaduras, senhores, não se dão somente com tanques, muitas vezes se dão através de eleições livres. Reacionarismo é defender países que coíbem a liberdade de expressão; reacionarismo é apoiar países cujo presidente possui nas mãos poder de imperialista; reacionarismo é chamar de golpe uma manifestação assegurada pela Constituição. Golpe é rasgar a lei; golpe é tentar coibir alguém de se opor de forma legal. Tentar desqualificar a oposição é tentar impor uma ditadura, pois um país democrático não existe sem oposição.

Dessa vez, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, não criticou a polícia do Estado de São Paulo, e eu sei a razão: dessa vez, não houve balbúrdia, pois a manifestação foi feita, sob uma ótima genérica, por gente civilizada, gente de bem. É evidente que a maior parte das pessoas que lá estavam a protestar de forma limpa, não é a elite do país, e mesmo se fosse, qual seria o problema? É crime ser da elite? Crime, senhores, é o que o Partido dos Trabalhadores fez com nosso país nos últimos doze anos; crime é jogar na conta do cidadão os custos da má gestão do último mandato, regido por ninguém menos que a própria Dilma Rousseff; crime é o estado em que deixaram nosso maior patrimônio: a Petrobras. E, obviamente, dar-me-ei a liberdade de isentar-me de dar respostas para afirmações do tipo “não é só o PT”, pois de clichê e mentiras já basta a vida em sua integralidade. Este artigo não tem a missão de refutar bobagens de gente que carece de intelecção; não há espaço aqui para debater política de Hamurabi a Dilma.

O impeachment, que muitos pediam nas ruas desse dia 15, tem, sim, base legal. Portanto, protestar com esse objetivo, não é buscar um terceiro turno ou dar um golpe. O mesmo diploma que torna legítimo o mandato da presidente estabelece, no inciso V do artigo 85, que atentar contra a probidade da administração implica crime de responsabilidade. E então basta consultar o artigo 9º, inciso III, da lei 1.079, a Lei do Impeachment. Lá consta que é crime contra a administração “não tornar efetiva a responsabilidade de seus subordinados, quando manifesta em delitos funcionais ou na prática de atos contrários à Constituição”. A propósito: a folia com o Orçamento também é matéria de impeachment (inciso VI do artigo 4º da lei 1.079 e do artigo 85 da Constituição). O parágrafo 4º do artigo 37 cerca a presidente: “Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública […]”. Dilma entregou a Nestor Cerveró a direção financeira da BR Distribuidora mesmo sabendo quem ele era. Ministra de Estado em 2009, foi a público para desmoralizar a CPI e exaltar a excelência da contabilidade da Petrobras. Golpe, meus caros, seria rasgar a Constituição, esta que o PT negou-se a homologar em 1988.

Diferentemente do que afirmaram os ministros do governo Dilma na coletiva que deram na pós-manifestação, não havia somente eleitores de oposição, basta ver o quanto está a popularidade da presidente. No fim de 2014, mais de 40% consideravam seu desempenho bom ou ótimo, hoje está em apenas um dígito. Penso que isso desmonta a tese de seus emissários de Estado. Mas vamos supor que a manifestação tivesse sido feita por apenas pessoas que votaram na oposição. E daí? Qual seria o problema? Um presidente da República é eleito para governar para todos!

Algumas observações, ainda, devo atentar: nesse dia 15, dissemelhantemente do que ocorreu em 1992, quando os manifestantes vestiram preto, a população foi para as ruas vestida de verde e amarelo – o que penso, devo admitir, ser meio cafona –; a população, nesse dia 15, foi para as ruas feliz, eu não chegaria a tanto, não somente por não ser adepto de certo tipo de felicidade, mas por não ver razões para isso diante dos fatos; a população rejeitou partidos políticos, algo que penso ser perigoso – quem conhece um pouco de história entenderá.

Contudo, foi uma manifestação legítima, e feita, reitero, por gente de bem; pessoas que dispensam o paternalismo e a demagogia que tomaram a América Latina de uma forma devastadora e, talvez, sem cura, ao menos enquanto o sistema presidencialista perdurar, ou enquanto o PT – não só composto por gente corrupta, como pode haver em qualquer partido ou instância pública ou privada, mas por ser corrupto em si – estiver à frente de nossa nação.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

A água além de SP

De certa forma, é um tanto difícil escrever o que irei escrever, pois a maior parte do que hei de expor aqui vai na contramão do que é noticiado. Mas vamos lá.

É consenso, sim, que vivemos uma dificuldade no campo hídrico. Praticamente, inclusive, o mundo todo o vive. A China, por exemplo, secou o Rio Amarelo. Nos EUA, não cessam brigas jurídicas em decorrência da seca. O Texas processa o Novo México e o Colorado pelo uso da água do Rio Grande, o qual passa pelos três Estados. A Califórnia é o Estado mais castigado pela seca no país, e algumas cidades já adotaram racionamento. Os ingleses estão atravessando a pior seca do século, e em momentos assim, moradores que desperdiçam água, como, por exemplo, através do uso de mangueiras, podem receber multas que ultrapassam os quatro mil reais. O Brasil possui, em toda sua extensão, aproximadamente 1200 municípios com problemas de abastecimento de água.

Tive de fazer esse pequeno prólogo para deixar claro que o problema da escassez de água não é só do Estado de São Paulo, como desejariam os petistas e afins. Mas as críticas sobre o governador do maior Estado do país não cessam, e o mais indecoroso é que tais críticas são direcionadas somente a ele. É claro que o terrorismo possui intenções políticas. Nem gosto muito do termo “falta de água”, pois essa “falta”, a qual tantos se referem, não existe. Desde que o assunto virou moda, não houve, por exemplo, nenhum período em que se passou um mês sem chuva. O que existe é uma escassez, o que, é claro, não torna o problema menos grave. Falta de água foi o que houve em 1969, ano este em que ficou aproximadamente seis meses sem chuva na cidade de São Paulo. Nesta época, porém, a cidade ainda não era coberta por asfalto, e o solo, em épocas de chuva, fazia o trabalho de armazená-la, por isso, onde se cavava achava-se água em demasia. Hoje, nem ao menos é salutar tentar retirar água do solo, pois a pouca água que existe há de estar contaminada, em decorrência de tantas e tantas indústrias que se instalaram na cidade nas últimas décadas.

Há dois anos, ninguém falava sobre falta de água, nem tampouco do nível de represas como a Cantareira. Não falavam porque não havia risco de escassez; todas as represas estavam funcionando bem. Hoje, que o problema está à mesa, noticia-se que há mais de dez anos o problema era visível, e que o governo nunca se importou. Mentira! Infelizmente, as raras chuvas pegaram todos com certa surpresa, inclusive o governo federal. De 2011 para cá, houve mais de 240 apagões em decorrência de problemas de abastecimento nas hidrelétricas e também má gestão na área. Mas as críticas recaem somente sobre São Paulo.

A Sabesp nunca parou de fazer obras em São Paulo, como, por exemplo, desvio do rio de Piracicaba. Acreditar que São Paulo sobreviveria todos esses anos sem obras hídricas é mais que uma cretinice, é burrice.

Quase que diariamente, é noticiado que em São Paulo há 37% de vazamento de água. Não podemos discordar, mas o que não se noticia, é que desses 37%, um percentual que, com certeza, ultrapassa os 20%, é só de instalação irregular, isto é, desvio de água, no português claro, roubo de água. E não dá para separar o que é desvio do que é vazamento, e tudo entra no mesmo pacote.

É claro que não dá para depender somente da bondade da natureza – vide Israel –, mas dizer que não houve investimento é ignorância!, houve, sim, muito desmatamento e crescimento desordenado, isto é, a prefeitura, diariamente, libera “habite-se” para enormes condomínios com suas enormes caixas d’água, e a Sabesp que se vire para ceder água para todos; há invasão todos os dias pela cidade, e a Sabesp que se vire em fornecer água. Mesmo para o Estado mais rico do país fica difícil dar conta do exacerbado crescimento demográfico. Quem discorda, nunca leu Thomas Malthus, primeiro professor de economia da história.

E por que o governo nunca limpou o Rio Tietê? Pois bem, esse era o grande projeto do então governador, entre 2007 e 2010, José Serra. Mas, como deve ser sabido, é um projeto muito caro e complexo, que envolve, inclusive, muitos municípios do Estado, pois o rio tem nascente em Salesópolis. E para que o projeto dê certo, é preciso contar com a colaboração de todos os prefeitos e suas empresas de serviços públicos na área hídrica e de saneamento, pois é preciso despoluir inúmeros córregos que desembocam no rio. Assim, o governador de SP, na época, encontrou um entrave no município de Guarulhos (comandado pelo PT há mais de uma década, e, diga-se de passagem, com abastecimento de água municipalizado, e não da Sabesp). Guarulhos, portanto, não aceitou ceder a um projeto de um oponente político. Então, por conta de um crápula chamado Elói Pietá, o projeto não pôde continuar. E mesmo se o Rio Tietê estivesse límpido como todos gostariam, seria muito difícil mantê-lo assim devido a tantas invasões de terra nas beiras de córregos e a tanta falta de bom senso das pessoas, que ainda não aprenderam que não se suja vias públicas.

Por que então o governador eleito, Geraldo Alckmin, falou que não haveria racionamento, e hoje possui outro discurso? Qualquer ser de bom senso evita o racionamento ao máximo, e não é por conta de criar eleitores inimigos, mas porque o racionamento cria diversos problemas. Um deles é que as pessoas, nessas situações, costumam estocar água, e assim se gasta muito mais; outro fator é que racionamento prejudica as tubulações, pela intermitência de passagem de água. Racionamento é só mesmo em último caso. Antes da eleição, o candidato à reeleição afirmou que até abril de 2015 haveria água, e a partir de então, as medidas que seriam tomadas poderiam variar dependendo da situação em que estivesse. Portanto, não houve mentiras na campanha.

Há mais de um ano, a Sabesp tem pedido que as pessoas economizem água, e tanto ela como o governador nunca negaram problemas nesse campo. Diferentemente do que fez nossa presidente com a energia elétrica. Para quem não lembra, há mais ou menos dois anos, ela deu um desconto irresponsável de aproximadamente 20% nas contas de luz, e isso arruinou as contas públicas. Com essa atitude, ela incentivou as pessoas a gastarem energia em demasia, pois como ela afirmava, com ela na presidência não haveria problema. Vide hoje o estado do país no campo hídrico e elétrico. Já se fala em racionamento de energia, pois as represas no âmbito federal não possuem água para fazer funcionar as hidrelétricas. E as contas de luz, que baixaram demagogicamente na época, hoje estão subindo o dobro do desconto dado há dois anos.

Portanto, quando leio críticas e mais críticas destinadas somente a Geraldo Alckmin, compreendo que a ignorância e racionalidade restrita do ser humano não têm limite.

domingo, 19 de outubro de 2014

Desmantelando as Mentiras Petistas (Parte 2)

A presidente-candidata Dilma Rousseff (PT) tem levantado, em sua campanha eleitoral, casos que ela chama de “corrupções da era FHC”, os quais, segundo ela, não foram punidos.

Pasta Rosa, Sivam e Cayman foram alguns casos citados pela petista. Diferentemente do que alega a campanha mais suja da história da política brasileira, sempre houve investigação e punição a quem de fato merecia, como bem sabe Luiz Estêvão. Entretanto, aqueles que não foram presos, não o foram, não por falta de investigação, mas de provas. O Ministério Público (MP), a Polícia Federal (PF) e o Superior Tribunal Federal (STF) sempre tiveram autonomia para investigar e punir, independentemente da Presidência da República.

Se as acusações veementes de Dilma Rousseff são tão graves como ela diz ser, então, como diz Aécio Neves, o governo petista, em seus doze anos de poder, prevaricou, pois sua função seria reabrir os inquéritos.

O PT trouxe ao país uma nova forma de corrupção, a qual envolve o próprio partido, e não apenas pessoas. Explico.

O caso de Eduardo Azeredo (PSDB), ex-governador de MG, o qual o PT insiste em chamar de “mensalão mineiro” ou “mensalão tucano”, deve-se ficar claro que o Partido dos Trabalhadores assim o chamou com a intenção de convencer a sociedade de que o mensalão petista não é sua exclusividade. Aqueles menos informados aderiram. Os bem informados, por outro lado, sabem que o caso de Azeredo nada teve de mensalão, e que mensalão é única e exclusivamente do PT. Para sua reeleição, em 1998, o tucano montou provável caixa dois para bancar sua campanha eleitoral, eleição esta que perdeu. (digo “provável” porque o caso ainda não foi julgado, diferentemente do verdadeiro mensalão.) Caixa dois também é grave, e se ficar comprovado deve ser devidamente punido, mas chamá-lo de mensalão é de um mau-caratismo tremendo, pois mensalão é a transferência periódica de uma grande soma em dinheiro, de forma ilícita, para favorecer determinados interesses (exatamente como fez o PT em 2005 e 2010 – corrupção da Petrobrás –, segundo as acusações do próprio ex-diretor da estatal, Paulo Roberto Costa). Em qualquer democracia séria, ambos os casos (2005 e 2010) seriam dignos de impeachment. Esses dois casos favoreceram ao partido e não apenas pessoas, como casos de possíveis corrupções anteriores.

A candidata-presidente aponta, ainda, o caso do metrô de SP, como se Aécio Neves tivesse ligação com a situação. Diferentemente da presidente petista, que não demitiu o senhor Paulo Roberto Costa por este ter cometido graves corrupções na Petrobrás, junto com outras dezenas de pessoas do próprio partido e coligações, pois ele próprio pediu demissão, o governador de SP, Geraldo Alckmin, mandou embora o presidente do metrô envolvido no escândalo. A possível corrupção no metrô de SP (ainda também não foi a julgamento) se deu em licitações irregulares a fim de favorecer empresa “X”. Os envolvidos, como o ex-presidente do metrô, não são militantes do partido (como nos casos das corrupções petistas), mas são funcionários bandidos, como pode haver em qualquer empresa comum, e o que tem de ser feito nesses casos é levar o bandido à cadeia, após, claro, demiti-lo, como fez o governador tucano. José Serra, para encerrar o caso, foi absolvido pela justiça, a qual também é independente do poder executivo, por esta não entender culpa no ex-governador, como os petistas tentaram impor. Qualquer corrupção deve ser investigada e punida, mas deve-se levar à sociedade de forma honesta. O PT, por outro lado, é sujo ao trazer inverdades à população, ou quando tenta incriminar seu adversário com dossiês falsos, como o Dossiê dos Aloprados, por exemplo, de 2006, tentando incriminar o então candidato à Presidência da República, José Serra, ou quando, novamente sobre o metrô de SP, traduziu de forma imoral e descarada a carta que denunciava as irregularidades, carta esta escrita originalmente em inglês, e que o PT, na tradução, inseriu o nome do PSDB de forma covarde e antiética.

A ex-guerrilheira petista faz, ainda, outras acusações ao Estado de SP, como sobre a falta de água, mas demonstra total ignorância ao tratar do assunto. O país, hoje, possui 1200 cidades com problemas de abastecimento de água, em SP são oito municípios com esse problema, mas nenhum administrado pela Sabesp. Dilma deixa também de olhar o próprio umbigo, ao fingir que não existem graves problemas nas hidrelétricas federais. De tão graves, o governo federal pediu água do Rio Jaguari (SP), e teve seu pedido negado, pois a lei diz que em casos de escassez, o uso deve ter prioridade humana. Outra mentira a respeito, é quando se diz que a Sabesp não fez obras nos últimos anos. É inconcebível que num Estado que cresce como SP, alguém há de acreditar que a população sobreviveria sem tais obras, como, por exemplo, as obras de tubulação de envio de água de outras represas para a Cantareira.

A candidata-presidente engessa os debates políticos (como se já não bastasse estes serem engessados com tantas regras esdrúxulas), com casos, que, ou ainda não foram comprovados ou que já foram esclarecidos, diferentemente de Aécio Neves, que quando trata de corrupção, é das atuais, as quais a sociedade merece saber, por isso, esses casos devem-se, sim, ser explorados. Mesmo assim, é notória a tentativa do tucano em falar de propostas, mas sua adversária vive fugindo, por, claro!, não ter nada a apresentar. (o caso da Petrobrás, apesar de recente, já ordenou a devolução de parte da corrupção de seu ex-diretor aos cofres públicos, por isso a trato como comprovada.)

Dilma Rousseff tenta, também, atacar MG com veemência, ao sempre voltar, entre outros casos, ao do aeroporto de Cláudio, caso este já esclarecido e tendo sua legalidade comprovada, como aponta o próprio MP. A candidata, apesar de candidata, ainda é presidente, e ao falar de MG se esquece que o Estado está sob sua jurisdição.

Por ser uma péssima oradora, a petista vive a dizer bobagens, e nem parece ser economista, como, por exemplo, ao afirmar que não há como reduzir inflação sem aumentar o desemprego. Assim, ela dá a entender que, sob seu governo, estaríamos sempre com a inflação ou desemprego em alta. Além de péssima oradora, é, ainda, imoral, ao se apropriar de programas de outrem (já citados no artigo anterior, à exceção do Pronatec, programa este de proposta de José Serra, em sua campanha eleitoral à Presidência da República de 2010, o Protec, baseado, por sua vez, nas bem-sucedidas Etec’s e Fatec’s do governo de SP).

Para finalizar, a candidata-presidente, no debate do SBT (16/10), alegou ter passado mal após ter se enrolado com a palavra “inequívoco”. (Ótima saída.) E, após o ocorrido, o ex-presidente Lula (PT) afirmou, em um comício no AM, que o candidato Aécio Neves tem sido agressivo com sua adversária. Essa afirmação indigna só poderia ter mesmo vindo de alguém imoral, pois basta analisar a campanha petista de sempre, mas, sobretudo de 2014, a qual insiste tanto numa mentira até que esta vire verdade, fazendo jus ao nazismo e seu ministro da Propaganda, Joseph Goebbels.

Parafraseando a própria Dilma Rousseff ao se referir a Marina Silva, no primeiro turno, a qual foi derrubada pelas mentiras petistas, coitadinhos [e fracos] não podem chegar à Presidência da República!

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Refutação das Críticas Petistas (2014)

A campanha do PT para o segundo turno das eleições presidenciais de 2014 tem focado muito na era FHC, mesmo que esta tenha sido há doze anos. Entretanto, o erro maior é voltar no tempo com os olhos do presente (erro muito comum praticado pela esquerda moderna ao tratar de um assunto histórico, seja ele qual for); o erro maior é, ainda, não se contextualizar ao tratar de um passado.

Não pretendo aqui advogar Fernando Henrique Cardoso, apesar de ter argumentos para tal, mas apenas refutar algumas desonestidades praticadas pelo PT na campanha de 2014, o que, na prática, acaba sendo certa defesa.

Hoje, grande parte dos brasileiros sente raiva daquele que presidiu o Brasil entre 1995 e 2002, e grande parte desse sentimento vem da crença num discurso indecoroso da oposição, que, em vários momentos, se torna stalinista, à medida que se insiste tanto numa mentira até que esta vire verdade na cabeça do cidadão.

Nenhum governo assume o poder com a expectativa de retração, então, avistar alguma melhora de FHC para cá é até meio lógico e natural, mas atribuir isso ao governo pós-FHC é imoral, pois o avanço se dá governo a governo (apesar de o último governo – Dilma – estar na perspectiva de entregar seu mandato pior do que pegou quatro anos antes).

Os programas sociais atuais, tão debatidos na campanha petista, não foram criados por eles, como já é sabido. O Bolsa Família, principal programa social, é uma mistura de inúmeros programas de FHC, como o Bolsa Escola, Auxílio Gás etc.; o programa Minha Casa, Minha Vida, nada mais é que o BNH, do presidente militar Castelo Branco; a Comissão da Verdade nada mais é que a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos, de 1995. Assim, entre outros projetos, o PT tem o costume de mudar o nome dos programas alheios para que estes pareçam ser seus. Causa, ainda, um pouco de espanto ouvir o governo atual se enaltecer ao afirmar que o número dos beneficiados do Bolsa Família em relação à época de FHC é absurdamente maior, isto é, de em torno de cinco milhões de cadastrados para em torno de quatorze milhões. Atualmente, quase sessenta milhões de pessoas recebem o benefício, que é destinado a miseráveis. Isso não é avanço, mas regresso. Avanço seria a diminuição de beneficiários!

Passando à frente.

Fernando Henrique Cardoso pegou o país com uma inflação de 900% ao ano e a entregou no entorno da meta, por isso tanta repulsa ao ouvir o governo atual criticar e comparar a inflação daquela época; Dilma, por outro lado, pegou o país com a inflação abaixo dos 6% e a está entregando no limite da meta, acima dos 6%.

A que se observar ainda o Efeito Lula. Quando surgiu a hipótese, em 2001, de Lula assumir o poder, o mercado financeiro se desesperou, assim, isso resplandeceu na economia. Mas o fato é que o presidente Lula pegou o país estabilizado, e, mais importante, com o crescimento reprimido, isto é, qualquer fagulha que se soltasse no mercado, o país teria um boom de crescimento, e foi o que aconteceu. Há de se elogiar também o fato de o presidente petista ter usado de artimanhas para não espantar o mercado, como mantendo, por exemplo, um liberal no Banco Central, algo que Dilma mudou completamente ao assumir em 2011.

Ainda, no fim da década de 1990 (anos tão criticados pelos petistas), existia o receio da volta da inflação, dado o quadro grave do passado e pela taxa de câmbio ter flutuado no país, e o Brasil não tinha alternativa para reduzi-la sem ser aumentando os juros, como hoje se podem frear gastos públicos, mas que Dilma, erradamente não aprende, e por isso, o país deixa 2014 com o gasto maior que a produção. Assim, no fim dos anos 90, aos poucos, o Brasil foi conduzido, sob risco e sem alternativa, a tal postura, o que culminou num breve aumento inflacionário, evidentemente, nada comparado ao início daquela década, e mesmo assim, encerrou o ano com a inflação em 9%, bem abaixo das expectativas, e com o crescimento positivo do PIB.

Outra comparação esdrúxula que o PT faz é dizer que o desemprego diminuiu. Parabéns ao PT! O que todos esperam de um governo é avanço mesmo. Porém, devo voltar ao quadro negativo que FHC herdou. Deve-se ficar claro, também, que o nível de empregos na era petista caiu, como, por exemplo, no quesito salário; deve-se lembrar, ainda, que os beneficiários do Bolsa Família, não entram na margem de desemprego do IBGE, algo que o órgão tentou adequar no início de 2014. Insistem, também, que Lula criou mais universidades, e mesmo que os índices apontam que a maior parte delas são apenas prédios ocos, na era FHC, apesar de o país não ter recursos para criação de universidades, o número de vagas criadas, em comparação ao governo Lula, foi absurdamente maior.

O que seria do país, não fosse o Plano Real (governo Itamar Franco, com FHC no Ministério da Fazenda)? Ou se não fosse a Lei de Responsabilidade Fiscal, de 2000, para controlar os gastos? Leis, diga-se de passagem, que o PT votou contra. O que seria do país se não fosse FHC ter acabado com a moratória (adiamento de prazo estipulado para pagamento de dívida), que vinha da era Sarney, fim da década de 1980, por falta de recursos? O maior programa social do país foi a estabilização econômica nos anos 90!

Fala-se ainda dos empréstimos que FHC fez no Fundo Monetário Internacional (FMI). E é difícil entender o preconceito que essa classe tem contra o FMI, que é, sem dúvida, a melhor forma de se pegar empréstimo. O petismo esquece, ou ao menos não admite em ano eleitoral, que Lula foi o maior beneficiário do empréstimo, tendo usufruído-o em seu governo; esquece-se também que o mesmo Lula fez boas menções a isso na época. Não se admite, em ano eleitoral, que FHC não tinha alternativa naquela fase, dado o quadro econômico do país. Hoje, o governo vende títulos em Wall Street, aos grandes bancos privados internacionais. Por que não se critica isso? Ah, sim, talvez a massa petista não saiba desse lucro internacional em cima do Brasil.

Fala-se muito ainda nas privatizações tucanas. Mas, mais uma vez, em ano eleitoral ninguém lembra que o país estava quebrado no início da década de 1990, os investidores fugiam do Brasil, não havia crescimento. O governo, consequentemente, não tinha meios para sustentar o capital. Esquece-se que uma linha telefônica chegava a custar 30.000 reais. Hoje, portanto, é fácil tê-la, em razão da política adotada por FHC. Ninguém fala, por outro lado, das tantas e tantas privatizações que o PT fez nos últimos doze anos, como estradas, aeroportos etc.

E eu nem entrei no quesito corrupção, que o PT, para se eximir de culpas, remete corrupções inventadas da era FHC. Por que será que, então, todas as acusações feitas pelos petistas a respeito das corrupções tucanas foram dadas como sem sustentação pela justiça? Não entrei no quesito dos tantos dossiês que os petistas criaram nos últimos anos para tentar incriminar o PSDB, como aquele contra a Ruth Cardoso para afugentar as denúncias de uso indevido de cartões corporativos pelos petistas, elaborado pelo Ministério da Casa Civil, tendo, na época, como ministra a senhora Dilma Rousseff, a qual pediu desculpa à própria Ruth Cardoso, pelo ocorrido; fora, ainda, o Dossiê dos Aloprados, orquestrado nas eleições de 2006 pelo petista Aloizio Mercadante, contra José Serra, tentado incriminá-lo. Mas, como sempre, foi provada a fraude.

Para encerrar, o país de 2014, possui juros acima de 10%, inflação no limite da meta, em quase 7% e crescimento de 0,3%, enquanto o resto do mundo, diante da crise, cresce uma média de 3%; enquanto a América Latina, nos últimos anos, tem crescido dois pontos percentuais acima do Brasil, incluindo, preste atenção, Venezuela e Argentina.

Portanto, a culpa da situação econômica do país não é da crise internacional, crise esta que o então presidente Lula, em 2008, chamou de “marolinha”, e hoje joga a responsabilidade da desgraça do país erroneamente na tal crise internacional para ocultar a má gestão petista.

Que fique claro que eu poderia ter ido muito mais longe em muitos aspectos, como explorar mais a má gestão e corrupção petista e outras acusações infundadas que fazem à oposição, mas me atentei aos assuntos da campanha petista, como comparações desonestas com os anos de governo FHC.

Devo encerrar, desmistificando a informação de que o PSDB governa para ricos e o PT para pobres, dizendo que os bancos lucraram o triplo na era Lula em comparação à era FHC, segundo a Consultoria Economática.

Devo dizer também que mesmo com o quadro econômico negativo na década de 1990, o governo FHC investiu no país mais de 20 bilhões de reais a mais em comparação ao governo Lula, segundo o IGP-DI, da FGV, e o salário mínimo, nos anos do governo FHC, teve valorização real – descontada a inflação, pelo IPCA – de 85,04%; já nos anos Dilma, deverá ser de apenas 15,44%.

Portanto, chega de acreditar em tantas mentiras e acatar tantas comparações desonestas.

domingo, 11 de maio de 2014

Intolerância

De fato, eu nasci numa época errada. Certamente, eu também diria isso caso tivesse vivido qualquer outro século ou década. Entretanto, isso não diminui minha insatisfação de lidar e conviver com a sociedade com a qual convivo, com a qual lido.

Explico-me: fomos todos devorados por uma tecnologia satânica; somos uma sociedade composta de gente idiota, de gente que, por melhor formação acadêmica que tenha, é cada vez mais ignorante e banal.

Falo das pessoas nas quais não me incluo, e, do fundo da alma, não ligo a mínima, caso isso seja interpretado como arrogância. Fiquei intolerante com o politicamente correto (outra estupidez que dominou o mundo), fiquei intolerante com a opinião alheia. Não tolero mais gente mesquinha que fica de olho em tudo o que você fala ou faz para lhe rotular de preconceituoso ou chato. Não suporto gente demasiada ou integralmente feliz, porque gente feliz o tempo todo é sempre fútil. Não ligo a mínima, caso isso seja interpretado como inveja. Fiquei intolerante com a opinião alheia (opinião, não postura).

Não suporto ver gente mexendo no celular enquanto está numa conversa, enquanto almoça, enquanto faz academia, enquanto assiste a um filme De fato, eu nasci numa época errada. Certamente, eu também diria isso caso tivesse vivido qualquer outro século ou década. Entretanto, isso não diminui minha insatisfação de lidar e conviver com a sociedade com a qual convivo, com a qual lido.
Explico-me: fomos todos devorados por uma tecnologia satânica; somos uma sociedade composta de gente idiota, de gente que, por melhor formação acadêmica que tenha, é cada vez mais ignorante e banal.
Falo das pessoas nas quais não me incluo, e, do fundo da alma, não ligo a mínima, caso isso seja interpretado como arrogância. Fiquei intolerante com o politicamente correto (outra estupidez que dominou o mundo), fiquei intolerante com a opinião alheia. Não tolero mais gente mesquinha que fica de olho em tudo o que você fala ou faz para rotulá-lo de preconceituoso ou chato.
Não suporto gente demasiada ou integralmente feliz, porque gente feliz o tempo todo é sempre fútil. Não ligo a mínima, caso isso seja interpretado como inveja. Fiquei intolerante com a opinião alheia (opinião, não postura).

Não suporto ver gente mexendo no celular enquanto está numa conversa, enquanto almoça, enquanto faz academia, enquanto assiste a um filme ou escuta uma música. Não suporto ver gente conversando enquanto assiste a um espetáculo, não suporto gente que cumprimenta com a cabeça, ou sem olhar o outro de fato. Fiquei intolerante com o desrespeito!

Não suporto gente escutando esse mercado musical atual. Cito algumas coisas: sertanejo universitário, miami bass (erroneamente chamado de funk), pagode, ou qualquer outra coisa esdrúxula. E não me importo se houve músicas ruins em outras épocas, falo da época na qual vivo.

Sou intolerante com gente que anseia ir a barzinhos, porque quando se chega a um desses lugares, só se avista gente falando besteiras, enchendo a cara e alimentando sua própria imbecilidade. Não ligo a mínima se isso soa como palavras de um infeliz convicto; não ligo a mínima, caso o contra-argumento seja respaldado em entretenimento para espairecer a cabeça.

Sou intolerante com gente que procura distrair a mente nos bares da cidade, com o argumento de que a vida é difícil, pois quando se pergunta a uma dessas pessoas em qual político ela votará ou votou, e a razão, ela diz odiar esses assuntos. Então eu pergunto: “Como uma pessoa dessas pode ansiar melhorar de vida, se ela ignora uma das principais forças motrizes para essa melhoria?!”

Sou intolerante com gente que mal sabe o nome do vice-presidente de sua nação, mas sabe o nome da namorada do Mc sei lá o quê.

Sou intolerante com gente que faz críticas à Igreja, baseando-se em opiniões frívolas de gente leviana. Sou intolerante com gente que critica a religião sem conhecer a história de fato. Sou intolerante com gente que critica o capital, mas nunca viveu o oposto para saber como seria, certamente – baseado na história –, ruim. Sou intolerante com gente que é, de sua casa, caridosa com os menos favorecidos. Sou intolerante com gente que é a favor da liberação de mais drogas, sem saber, de fato, a destruição que estas causam. Sou intolerante com gente que é a favor da extinção da polícia, numa era em que a criminalidade só cresce. Sou intolerante com gente que quer praticar orgias deliberadas, e depois critica a Igreja por ser contra o aborto ou o uso de preservativos, alegando o aumento de doenças sexuais ou crianças abandonadas no mundo, como se a culpa não fosse única e exclusivamente de sua inconsequência e imoralidade. Sou intolerante com gente que critica a corrupção, mas burla regras elementares, como não passar num farol vermelho, não estacionar em lugares proibidos, não furar filas etc. Sou intolerante com gente que critica fieis por rezarem a seres metafísicos, mas, em contrapartida, idolatra pessoas (vivas ou mortas), como Lula, Lênin etc. Sou intolerante com gente que só tem coragem de internet; sou intolerante com gente babaca que compartilha só idiotices, como vídeo de bebê de um desconhecido, ou o cachorro que corre atrás do próprio rabo, ou o gato que toca piano, ou frases dispensáveis de autoajuda de Paulo Coelho etc. Sou intolerante com gente carente que precisa de companhia frequente. Sou intolerante com gente que não respeita a tristeza ou o sofrimento (sua ou alheia), e fica forçando a si ou o “amigo” a sorrir ou se divertir forçosamente.
Sou intolerante com gente que pensa que felicidade está acima de tudo. Sou intolerante com gente que sai sempre sorrindo nas fotos para se mostrar feliz ao outro, mas quando para para pensar em sua vida de fato percebe o quão vulgar, imprestável e ordinária ela é. Sou intolerante com gente que não consegue ficar parada para ler um livro ou assistir a um filme de três horas. Sou intolerante com gente que não suporta ir a um museu, mas ama ir a festas para ouvir tolices e barulhos ininterruptos. Sou intolerante com gente que não suporta ouvir uma obra de Bach, mas pula como macaco ao ouvir anti-músicas com letras incitando a desinteligência ou vulgaridade. Não tolero gente que numa dessas ocasiões (festas etc.) vira um animal irracional.

Sou intolerante com gente com consciência social, e que, entre outras opiniões frívolas, considera um rap periférico melhor que Beethoven.

Sou intolerante com o mundo no qual vivo, mais especificamente com a época na qual vivo, aprofundando um pouco mais, com a sociedade que me ronda.

Por que então eu não me mato?! Porque a morte gradativa me parece mais romântica e filosófica!