quinta-feira, 19 de maio de 2016

O PT faz jus a uma das teses de Einstein

Quando pessoas favoráveis aos governos petistas vão tentar defender seus heróis, tentam logo vomitar os avanços sociais. Vamos lá.

Primeiramente, não faz sentido comparar os governos petistas aos governos dos anos 90, pois a situação era totalmente diferente. A partir da redemocratização do Brasil, que se deu na pós-ditadura, a situação econômica do país era gravíssima, e só foi estabilizada a partir do governo Itamar Franco, com medidas como o Plano Real, o qual foi assinado por Fernando Henrique Cardoso, então ministro da Fazenda.

Após os dois anos de mandato de Itamar Franco, FHC, eleito no primeiro turno, deu continuidade ao governo de estabilização. Nesta época, não havia recursos para fazer grandes coisas, em decorrência da situação devastadora, que vinha aos poucos sendo controlada. Ainda assim, houve espaço para se criar, no âmbito social, alguns programas, como o Bolsa Escola, Vale Gás, entre outros. Durante seus oito anos de mandato, houve altos e baixos. Por toda a década de 1990, o país não poderia correr o risco de tentar uma expansão de crescimento, pois a inflação e os juros poderiam se descontrolar novamente, de tão grave que fora a situação nos anos anteriores. Algumas tentativas foram feitas, mas percebeu-se logo que ainda não era a hora. Tudo fora feito com bastante cautela. Qualquer deslize, e o país voltaria à estaca zero. Deve-se levar em conta que FHC levou a inflação do país, que no início de 1990 era de quase 1000% ao ano, a 12% até o fim de seu mandato, tendo, neste meio tempo, deixado muitas vezes abaixo da meta. É óbvio que 12%, com uma meta de 6%, é ruim, mas ele a pegou com quase 1000%. Portanto, a retórica falaciosa dos petistas quando estes dizem que a inflação era maior no governo pesdbista, é uma tolice desmedida.

Desta forma, a partir dos anos 2000, e com o crescimento mundial, sobretudo o chinês, e com o Brasil já bem mais estabilizado – apesar de ainda não estar do jeito que poderia –, Lula, à frente da Presidência, fez nova tentativa de expansão de crescimento, e com a ajuda dos países mundo afora que vinham num crescendo, o Brasil também conseguiu crescer. Mas veja só, caro leitor, a fórmula de crescimento que Lula adotou: liberar crédito para consumo. Não é preciso ser economista para saber que isto, sem um apoio estrutural por trás, uma hora dá errado. Afinal de contas, não poderia mesmo ser tão fácil assim fazer o país crescer. Não existe mágica.

Pois bem, o país cresceu, houve festa, todo mundo passou a comprar e comprar. Os carros poderiam ser pagos em 60 meses, o país vivia um sonho. E enquanto isso, muitos especialistas alertavam que este sonho teria um fim trágico.

Veio à luz o mensalão, o que facilmente poderia ter impichado o então presidente Lula. Porém, como o impeachment não é um processo somente jurídico, mas é principalmente político (do contrário, seria o STF a julgar, e não o Senado Federal), Lula se manteve intacto, pois apesar da gravíssima corrupção cometida em seu governo, ele tinha o apoio do Congresso e da sociedade, a qual o responsabilizava pelo crescimento do país. Crescimento este ilusório, e somente possível pela estabilização de Itamar e FHC.

Lula brincou de ser presidente, brincou de fazer o país crescer, mas tinha boa retórica, e conseguiu enganar os mais tolos e fanáticos. Se apropriou dos programas sociais anteriores, mudou seus nomes, unindo-os no Bolsa Família, e o chamou de seu. Fez o programa crescer absurdamente, inflando o caixa do Tesouro. Sem porta de saída, o Bolsa Família só acumulava pessoas, e nunca as dava independência financeira. Neste momento, ficou clara a intenção maquiavélica assistencialista e eleitoreira do PT, assim como nas ditaduras bolivarianas que ele defende.

Os militantes petistas afirmam que Lula tirou milhões da pobreza. Pois bem, na prática não é o que se vê, nem nunca foi. A propaganda petista sempre foi muito forte, e os menos informados sempre abraçaram. Veja onde está seu marqueteiro agora: na cadeia. Veja onde estão seus principais nomes: na cadeia. O PT sempre jogou com os números para inglês ver. Mudou as classificações das classes sociais aqui, manipulou o IBGE ali etc. E tudo parecia as mil maravilhas. Nas eleições seguintes, o PT vivia difamando seus opositores frente à sociedade. Dizia que a oposição, caso voltasse, acabaria com os programas sociais, os quais a própria oposição criou; dizia que a oposição privatizaria estatais; que a oposição significava retrocesso, mesmo sendo ela a tirar o país do buraco nos anos 90, com medidas que o PT sempre se pôs contra, como o Plano Real (maior programa social das últimas décadas), a Lei de Responsabilidade Fiscal (que ele a burlou descaradamente nos últimos anos) etc.

Tente encontrar, caro leitor, algum discurso de José Serra, nas eleições de 2002, que difamasse seu opositor, o Lula; tente encontrar algum discurso que dizia que Lula, caso entrasse, acabaria com a estabilização, com os programas sociais do senhor Fernando Henrique Cardoso e sua esposa, a senhora Ruth Cardoso; tente encontrar algum discurso na campanha de Serra que tenha usado o pobre como marketing eleitoreiro. Não encontrará. O pobre só passou a ser usado e abusado na era petista.

Contudo, e diante das tantas acusações injustas que o PT fazia à oposição nas eleições seguintes, pouca gente percebia que, enquanto Lula vociferava tais asneiras, era ele quem estava privatizando todas as rodovias, aeroportos e hidrelétricas possíveis; enquanto Lula acusava a oposição de bandida, era ele, junto com seu partido e aliados, quem estava praticando o mensalão, maior crime de corrupção até então; enquanto o PT afirmava ser ele a única salvação do planeta, estava se aliando com quem sempre desprezou: o PP, por exemplo.

O tempo passou, chegou 2016, e o PT agora estava com Dilma à frente da Presidência. Aqueles especialistas lá atrás no começo deste artigo, lembra-se, leitor?, sobre os quais afirmei que alertavam a previsível catástrofe que aquele falso crescimento daria? Pois bem, o mundo sofreu uma grande crise em 2008, e o Brasil, que só vivia no verão, caiu junto. Mas a diferença é que, dois anos depois, todos os países do mundo já estavam crescendo novamente – com exceção de um ou outro, como a Grécia –, e o Brasil afundando cada vez mais. E por quê? Por causa daquele falso crescimento que aqueles especialistas que citei afirmaram lá atrás. Percebeu-se que aquele crescimento não era sustentável, mas apenas ineficiência, mau-caratismo e demagogia. E mesmo se a crise de 2008 não tivesse acontecido, no Brasil ela chegaria, diante da má gestão petista aqui dentro.

Aqueles pobres que o PT sempre dizia ter tirado da pobreza, voltou a ela, e por quê? Porque aquela informação não era verdadeira. Hoje, há mais de 11 milhões de desempregados no país; empresas fechando suas portas todos os dias; déficit nas contas públicas que chegam a R$ 120 bilhões até o momento, mais que o PIB de muitos países mundo afora; inacreditavelmente, atenção!, mais um devastador e absurdo caso de corrupção veio à luz, e desta vez maior que qualquer outro da história do mundo: o petrolão, praticado de novo pelo PT e aliados, com muitas personagens em comum com o mensalão. Inacreditável!

Não podemos nos esquecer, ainda, todos os imensos cortes nos programas sociais. Sim!, aqueles cortes que o PT vivia dizendo que a oposição faria. Foram quedas de até 87%. O orçamento para a construção de creches passou de R$ 4,2 bilhões para R$ 502 milhões; o programa Minha Casa Minha Vida perdeu 74% das verbas; no Pronatec, a diminuição foi de 59%; programas de saúde, como o combate ao crack, teve queda superior a 20%; entre muitos outros.

Por conseguinte, toda a estabilidade construída a tanto custo e que levou mais de uma década para acontecer, o PT destruiu com falsas ilusões, e deixou os brasileiros a verem navios, enquanto seus pares enriqueceram.

Mas ainda assim, o PT continua a acusar a oposição de ameaçar cortar benefícios sociais; continua a vociferar mundo afora que é vítima de um golpe; continua a acusar a oposição de conspiração; continua a dizer que somente seu governo é legítimo e única salvação dos pobres e oprimidos.

O pobre, senhores petistas, foram oprimidos com o desemprego que assola nosso país; o pobre foi oprimido com os cortes orçamentários que seu partido fez; o pobre foi oprimido com a falsa ilusão de melhora de vida que seu partido semeou; o pobre foi oprimido com a falsa ilusão que teve de seu partido ao vê-lo como exemplo ético. Então, por favor, não faça comparações esdrúxulas. Se houve certo índice de desemprego, inflação e juros altos no governo FHC, foi mediante a herança maldita do fim dos anos 80. Qual herança maldita Dilma pegou? Só se foi de Lula, seu antecessor.

Diferentemente da era do mensalão, na qual, apesar do roubo escancarado, Lula ainda – não se sabe como – tinha o apoio da sociedade e do Congresso, e, portanto, não houve possibilidade de impeachment, com Dilma Rousseff foi diferente. Ela não tem mais o apoio de ninguém. E a união entre crime, crise e falta de apoio geral termina no... impeachment.

Atualmente, o PT não passa de um zumbi que vive a assolar os vivos. O PT não aprende nada nem esquece nada, e por isso vive a repetir as mesmas retóricas cansativas de sempre. O PT é a personagem que Einstein descreveu quando tratou da loucura: usa sempre os mesmos métodos esperando obter resultados diferentes. O PT é, por fim, uma vergonha, além de ser também o mal do país.

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