sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Museu Nacional

Serei bem objetivo neste artigo. Avante...

Houve, no Rio de Janeiro, uma manifestação com o objetivo de protestar a favor do Museu Nacional e repudiar a tragédia que o acometeu. Evidentemente, e como era de se esperar, a manifestação virou também, e não por acaso, palco político. O museu foi na verdade apenas o start da manifestação.

Entretanto, ainda que o protesto tivesse tido mesmo a honesta intenção a favor do museu, aqueles que protestaram, ao menos os pobres mortais, não tinham consigo a real situação. Digo “pobres mortais” porque à frente da manifestação estavam partidos políticos da esquerda romântica, como o PSOL e o PCdoB.

Integrantes dos partidos socialistas administram a UFRJ, universidade responsável pelo museu em questão, desde 2015. Não é só o reitor (Roberto Leher) que é do PSOL, mas também a vice-reitora (Denise Fernandes), a pró-reitora de Extensão (Maria Mello) e o pró-reitor de Pessoal (Agnaldo Fernandes) Ainda, o pró-reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças (Roberto Antonio Gambine) é do PCdoB, par do PSOL. Estes partidos não vencem eleição para governos, mas possuem seus cargos institucionais.

Durante o período administrado pelos partidos da esquerda infantil, a UFRJ recebeu do governo federal mais de seis bilhões de reais (segundo o Ministério da Fazenda), inclusive do governo considerado, por eles, golpista. Quanto, desses bilhões, foi repassado ao Museu Nacional? Menos de quinhentos mil reais por ano. Para onde foi o restante? Vamos a alguns números apenas do primeiro semestre de 2018: em primeiro lugar, 90% do orçamento são destinados à folha de pagamento; mais de dois milhões foram gastos em combustível, três milhões foram gratificações para os servidores; também foram compradas mais de duzentas passagens aéreas e mais de 1700 diárias de hotéis, no Brasil e no exterior; mais de três milhões foram gastos com telefonia... Isso tudo tem um nome: esbanjamento de dinheiro público. Imagine um partido desses no comando de uma cidade, de um governo, da união... Será que a manifestação a favor do Museu Nacional era contra eles mesmos? Deveria ser. O Museu Nacional estava jogado às traças por má administração da própria universidade. As notícias veiculadas na grande imprensa contaram apenas uma parte da verdade. Veiculou-se que o Museu Nacional recebia menos do que precisava para se manter, já que o mínimo era quinhentos mil reais/ano. Isso é verdade. Mas quem não repassava a verba suficiente ao museu era a própria universidade, não o governo. E a universidade tinha verba, muitos bilhões, como registrei acima, só era mal gasta e colocada no lugar errado. É como em SP. 5% do ICMS do Estado, por exemplo, é repassado anualmente à USP, e é de responsabilidade da universidade, que é uma autarquia, repassar às instituições sob seu comando, como o próprio hospital universitário, e se ele, o HU, está às traças é de total responsabilidade da administração local.

É claro que o Museu Nacional tem sido largado há vários anos, não somente durante o período comandado por integrantes do PSOL e do PCdoB, mas culpar o governo federal, independentemente do partido no comando da União, pelo desastre, e não fazer o mea-culpa é totalmente descabido.

E se ainda de fato a UFRJ não tivesse tido repasse de verba nenhuma do governo federal, quem comandou o país nas últimas décadas? Ora, veja só, o PT, partido que o PSOL e o PCdoB apoiam. Nossa história foi deixada na mão de quem só se preocupa com política partidária. Cultura para essa gente tem o mesmo significado que tinha para Mussolini, difundir e fazer propaganda do próprio governo. Lastimável.

A UFRJ deve explicações à sociedade brasileira. O PSOL e o PCdoB, autodeclarados santos, como o PT o fez um dia, devem, igualmente, explicações à sociedade brasileira.

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